A presidente Dilma Rousseff concluiu ontem sua reforma ministerial ao dar nova cara à articulação política do Planalto com a confirmação para a função do deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), nome que conta com o aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As informações são da Folha de S.Paulo.
A escolha do petista foi antecipada pela coluna Painel. Ligado à ala sindical do PT, Berzoini esteve no centro do escândalo dos aloprados, em 2006, acusado de integrar grupo que teria encomendado um dossiê contra o então candidato ao governo de São Paulo José Serra (PSDB).
Ele sempre negou o envolvimento no caso, mas foi afastado naquele ano do comando de campanha à reeleição de Lula, de quem foi ministro da Previdência e do Trabalho.
Berzoini foi ainda presidente do PT entre 2007 e 2010. Agora, trabalhará ao lado de Aloizio Mercadante (PT), ministro-chefe da Casa Civil, que em 2006 era o adversário de Serra na disputa ao governo de São Paulo. Ele substituirá Ideli Salvatti (PT-SC), que deverá ir para a Secretaria de Direitos Humanos.
A Folha apurou que, nesta semana, Berzoini foi acionado na reunião de crise convocada por Dilma logo após a divulgação pelo Ibope, no fim da manhã, de sua queda de popularidade.
A ida de Berzoini para o Planalto era cogitada desde o ano passado, mas a indefinição sobre o futuro de Ideli e a redistribuição de poderes entre Relações Institucionais e Casa Civil colocaram o plano em compasso de espera.
Segundo auxiliares presidenciais, a atuação de Berzoini na pasta será complementar à de Aloizio Mercadante. Enquanto o primeiro ficará com tarefas ligadas à negociação diária com o Legislativo, o segundo deverá ser acionado em questões que envolverem interesses diretos de vários setores do governo. A ideia de Berzoini é se credenciar para assumir uma pasta de maior peso num eventual segundo mandato de Dilma.
Ao todo, 13 mudanças foram feitas na equipe ministerial dilmista desde o início do ano –três delas dentro do Palácio do Planalto, nas pastas da Casa Civil e da Secretaria de Comunicação Social.
A dança das cadeiras, programada para contemplar partidos aliados, acabou desencadeando uma das mais graves crises políticas entre Planalto e Congresso.
Embora a possibilidade seja refutada por assessores palacianos, três pastas atualmente geridas por ministros interinos –Portos, Desenvolvimento e Integração Nacional– podem sofrer mudanças na semana que vem.
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