Por Josias de Souza, na Folha Online:
Desde 2002, o PSDB converteu-se na partido mais cotado para tornar o PT vitorioso nas eleições presidenciais.
Fora do poder desde que FHC passou a faixa para Lula, o tucanato vai ao quarto round contra o petismo em 2014.
Aécio Neves, uma candidatura esperando para acontecer, declara-se disposto a escalar o ringue seja qual for o oponente.
Em entrevista à repórter Christiane Samarco, o grão-duque dos tucanos repetiu sob holofotes o que dissera em privado à bancada de deputados do PSDB:
“Se esta for a vontade do partido, eu estarei pronto para disputar com qualquer candidato do campo do PT, seja Lula ou Dilma…”
“…Serão eleições com perfis diferentes e eu não temo nenhuma das duas”, disse, aparentemente confiante na capacidade de espantar a urucubaca.
Aécio descrê da hipótese de volta de Lula. Acha que é “é muito difícil” que a Dilma se abstenha de concorrer.
Tomado pelas palavras, parece preferir o original à continuidade. Contra Lula, afirmou, “as diferenças ficarão ainda mais claras.”
“Será o futuro versus o passado”. Como assim? “Se for contra Lula, será a disputa da eficiência contra o aparelhamento da máquina pública.”
Mal consegue disfarçar sua tara presidencial. Porém, repisou a tecla que pressionara na conversa com os deputados:
O debate sobre os nomes é coisa para “o amanhecer de 2013.” Por quê? “Uma decisão correta no momento errado é uma decisão errada.”
Antes de se defrontar com o inimigo externo, Aécio terá de prevalecer sobre o adversário doméstico.
A alternativa José Serra opção “terá de ser avaliada por seu capital eleitoral e experiência política”, afirmou, da boca pra fora.
Em defesa das prévias que o PSDB evitou adotar em sucessões anteriores, disse que há outras opcões.
Citou três: os governadores Geraldo Alckmin (SP), Marconi Perillo (GO) e Beto Richa (PR).
No gogó, avalia que “o partido amadureceu o suficiente para ver que, ou vamos unidos, ou não teremos êxito.”
No íntimo, sabe que o PSDB continua sendo o inferno dos tucanos.
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