O PSDB lança na terça-feira uma cartilha com 12 pontos que deverão balizar as propostas de governo da legenda para a disputa pela Presidência da República em 2014. O evento será no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputado,s e deverá contar com a presença do presidente do partido e pré-candidato ao Palácio do Planalto, Aécio Neves. O horário ainda não foi definido, mas o lançamento deve ocorrer no período da tarde, segundo informações da assessoria do PSDB.
Os 12 pontos que comporão o documento foram fechados na sexta-feira e ele deverá ser apresentado à Executiva Nacional do partido na manhã de terça-feira. Deverão constar na cartilha os temas que foram discutidos nos últimos meses por Aécio Neves em encontros e debates com lideranças das áreas social, econômica, de meio ambiente, do agronegócio, da segurança pública e da educação, entre outros. Na questão econômica, Aécio Neves deve reforçar as críticas ao “intervencionismo do Estado” – que, na avaliação da legenda, tornou-se uma das razões para a fuga de investimentos do país.
O documento ainda não recebeu um nome, mas o conceito deverá passar pelo tema “mudança”, o mesmo adotado no programa partidário de rádio e TV, cujo mote é “quem muda o Brasil é você”. Ontem, o senador cancelou sua agenda pública, que previa participação em encontro da legenda em Santos (SP). A assessoria dele não divulgou o motivo do cancelamento.
A questão da intervenção do governo deverá ser relacionada a outro ponto em que serão abordadas a política externa e as chamadas “cadeias globais” de mercado. Uma das críticas que deverão ser feitas à atuação do governo Dilma Rousseff, no campo das relações exteriores, diz respeito ao “viés ideológico” na tomada de decisões. O documento pretende ainda levantar um debate sobre o que considera “falta de transparência” nas operações entre o Tesouro Nacional e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em julho, Aécio Neves cobrou da tribuna do Senado informações sobre os empréstimos que o banco concedeu a outros países.
Parceria em aberto
A união política mais surpreendente e debatida de 2013 ainda dá sinais de que precisa de tempo para ser amadurecida. Pouco mais de dois meses depois do acerto da parceria firmada entre o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-senadora Marina Silva, os números da dupla nas pesquisas de intenção de votos não decolam, os ataques a antigos aliados persistem, as divergências ideológicas se avolumam e as idiossioncracias estaduais se multiplicam. “Não vamos discutir os palanques estaduais neste momento. Nossa tarefa, agora, é definir o programa nacional da aliança”, afirmou o secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira.
Pedro Ivo, um dos principais articuladores do Rede – o partido em formação de Marina, que não obteve o registro no TSE para participar das eleições de 2014 –, segue o mesmo raciocínio, em uma tentativa de minimizar os embates. “Não existem divergências intransponíveis. Existem, sim, dois partidos que tinham uma formação distinta e que agora estão se reunindo para definir suas convergências”. Para Ivo, a própria definição do programa nacional vai ajudar nesse processo. “Ele será um balizador para definir os programas estaduais.”
Se for tomado como parâmetro o momento atual, o programa nacional terá que ser bastante flexível e elástico para abarcar tudo o que não é consenso na parceria entre Rede e PSB. A começar pelos palanques estaduais. O único praticamente definido fica na Bahia, com a senadora Lídice da Mata (PSB) concorrendo ao governo e a ex-presidente da Conselho Nacional de Justiça Eliana Calmon ao Senado. “Digamos que é o nosso melhor cenário”, reconheceu o deputado Walter Feldmann (PSB-SP).
O próprio Feldmann está envolvido em uma queda de braço. O Rede pretende lançá-lo como candidato ao governo de São Paulo. Mas, no estado, o PSB tem um histórico de parceria com o PSB, presidido pelo deputado Márcio França, que pode ser candidato a vice do governador Geraldo Alckmin ou ao Senado, caso os tucanos optem por uma chapa puro-sangue.
“Nenhum casamento é fácil. O que une Marina e Eduardo é uma causa, que junta é maior do que os dois separados”, filosofou França. Ele afirma que as reuniões com o Rede sempre são experiências fascinantes. “Na última, um militante chegou com um lagarto (iguana) no ombro. Toda vez que eu olhava para ele, o bicho me dava a língua.”
No Rio Grande do Sul, antes candidato definido ao governo estadual, o deputado Beto Albuquerque poderá abrir mão para disputar o Senado. Se isso acontecer, são grandes as chances de Eduardo e Marina apoiarem a candidatura da senadora Ana Amélia (PP). No Paraná, nova divergência. O Rede defende candidatura própria, enquanto os socialistas já integram o governo do tucano Beto Richa.
As informações são de O Estado de Minas
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