O Globo
BRASÍLIA — Tendo deixado o partido em meio a acusações de envolvimento com o doleiro Alberto Yousseff, o deputado André Vargas (sem partido-PR) passou parte desta segunda-feira na sede nacional do PT, em Brasília, onde ocorre reunião da Executiva da legenda.
— Vim conversar com alguns deputados — afirmou Vargas.
Questionado sobre o assunto, ele respondeu:
— Assuntos variados. Somos companheiros há mais de 20 anos e há oito somos deputados juntos.
Em maio, o presidente do PT, Rui Falcão, afirmou, em uma reunião da Executiva Nacional, que a sigla pediu o mandato de Vargas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por infidelidade partidária atendendo uma solicitação do próprio parlamentar. Esse pedido está para ser julgado e, ser for acatado, beneficiará o deputado. Isso porque a cassação de mandato por infidelidade partidária não está prevista na Lei da Ficha Limpa. Assim, Vargas não ficaria inelegível por oito anos a partir do término de seu mandato, podendo disputar as eleições de 2016. Caso seja cassado pela Câmara, onde enfrenta processo no Conselho de Ética, ele fica inelegível até 2018.
Quando o envolvimento de Vargas com Youssef veio à tona, a direção do PT queria que ele renunciasse, temendo prejuízos às campanhas eleitorais do partido neste ano. Como Vargas não concordou, foi pressionado a deixar o partido, o que acabou fazendo.
Vargas enfrenta processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara por seu envolvimento com Yousseff, preso na operação Lava Jato, da Polícia Federal. O doleiro é acusado de lavagem de dinheiro, corrupção e evasão de divisas. O deputado viajou em um jatinho do doleiro e foi flagrado em troca de mensagens telefônicas tratando de interesses de Youssef no Ministério da Saúde.
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