Enquanto a maioria dos deputados se ocupava com a eleição da Mesa e a distribuição de cargos na Assembléia, um pequeno grupo se reuniu na sala das comissões para fazer o que todos duvidavam que fosse possível.
Pois não é que a CPI do Grampo decidiu funcionar. Fez mais. Começou o debate justamente por onde a oposição afirmou que ela jamais entraria, o caso Razera.
A primeira reunião aconteceu ontem e decidiu por duas convocações para a próxima semana. Na segunda-feira, a partir das 14h30, a CPI aguarda Dartagnan Abilhoa e Paulo José Kessler, o anterior e o atual promotor-chefe da PIC.
Os dois procuradores deverão levar informações sobre o procedimento para a instalação dos grampos telefônicos legais pela Promotoria de Investigação Criminal.
A CPI também fará análise dos documentos das CPIs anteriores que trataram de escuta ilegal e analisará documentos da CPI da Sercomtel, a empresa telefônica de Londrina.
O caso Razera foi o primeiro assunto debatido na comissão. Jocelito Canto, o relator, quer ouvir todas as fitas disponíveis na PIC.
Também compareceram Natálio Stica e, pasmem, o deputado Duílio Genari, do PP, que apoiou Osmar Dias e parece retornar à banda da situação. Os demais deputados da oposição não deram o ar de sua graça.
Para os deputados faltosos, que se negam a participar da CPI, será aplicado o regimento. A presidência indicará substitutos após três faltas consecutivas. O que significa que a direção da Casa está interessada em levar à frente esse processo.
Como se vê, a CPI com maioria governista vai funcionar e de olho vivo em cima de possíveis deslizes do Ministério Público. Uma queda-de-braço que não terminará tão cedo. Fábio Campana, no Estadinho