Os vereadores de oposição não gostaram de ser cobrados sobre a tramitação do projeto que estende a isenção da tarifa de ônibus aos estudantes de Foz do Iguaçu. Na palavra livre na sessão desta segunda-feira, 19, Márcio Rosa (PSD), Admilson Galhardo (Republicanos), Cabo Cassol (Podemos) e o presidente do legislativo, João Morales (União Brasil) se revezaram nas críticas ao projeto do prefeito Chico Brasileiro (PSD) e à vinculação ao reajuste do estacionamento rotativo, de R$ 1,50 para R$ 3,00 a hora, que a prefeitura pretende usar para custear o passe livre.
As palavras “manipulados” e “massa de manobra” foram dirigidas aos estudantes presentes na sessão. Os quatros vereadores misturaram proposta como restaurante popular, esvaziamento da Fartal, royalties e o “sangue iguaçuense” no descontentamento com os dois projetos da prefeitura.
Morales apresentou um decreto legislativo derrubando o reajuste do Estarfi. Os estudantes avaliam que os vereadores de oposição, na real, querem sustar o projeto do passe livre. “É injusto porque os vereadores estão usando a pauta para fazer política contra a prefeitura. O estudante que precisa de transporte gratuito não tem nada a ver com isso. Se o prefeito encontrou uma forma de financiar o passe livre, por que existe vereador que é contra? Qual grupo estes vereadores representam? Certamente não representa o pobre que não pode pagar para seu filho ir estudar”, afirmou o estudante Julien Rody, da Unila, para a Folha de Londrina.
Ao jornal, a vereadora Yamins Hachem (MDB) disse que o decreto apresentado por Morales precisa ser derrubado. “Esta é a minha expectativa. O prefeito tem a prerrogativa de aumentar a tarifa do estacionamento por decreto, e assim o fez. Se a Câmara barra este aumento, barra o passe livre. Afinal, embora não seja um único projeto, as duas iniciativas estão ligadas uma à outra. Espero que este decreto legislativo seja derrubado, para, assim, a gente ter condição de aprovar o passe livre em nossa cidade”.
Reunião estranha
No final da sessão, depois das 12h, Morales chamou uma reunião dos estudantes e, estranhamente, com o presidente da Acifi, Danilo Vendrusculo, comerciantes e representantes da OAB. “Eu achei estranho e fiquei acuada. Parece que fizeram isso para acuar a gente. Eu me senti bastante acuada mesmo”, disse a presidente do DCE, Jovana Faria.
“Mas vamos ver né? Quais são os próximos capítulos dessa luta? Porque quarta-feira (19) vai ser lido. O projeto vai ser pautado. Então a gente vai ter que discutir”, completou.
Sobre serem chamados de massa de manobra, a líder estudantil foi categórica. “Foi horrível, horrível”. “A gente foi chamado de massa de manobra, parece que os estudantes não têm força própria, não tem voz e não são capazes de discutir. De discutir e entender as relações que acontecem, as relações políticas, mas de qualquer forma a gente tem que reivindicar o que é nosso direito”, disse Jovana Farias.
Em nota, a Acifi se colocou contra o reajuste e justificou o apoio à proposta de Morales.
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