Acidentes de trânsito caem 20% no primeiro mês da Lei Seca
O número de acidentes no trânsito de Curitiba caiu 20% no primeiro mês de aplicação da Lei Seca, em relação aos trinta dias anteriores. Os acidentes, no entanto, ficaram mais violentos, pois a quantidade de mortes aumentou de nove para 11. Segundo dados do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), no período em que a nova legislação está em vigor 130 pessoas foram notificadas na capital por dirigirem depois de consumir álcool e 115 pessoas acabaram na delegacia.
Além da Lei Seca, outro fator que pode ter contribuido para a diminuição de 1025 para 822 no número de acidentes de trânsito na cidade são as férias escolares. No período há tendencia de diminuição no movimento de veículos nas áreas urbanas e aumento nas rodovias. O assessor de imprensa da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Fabiano Moreno, informou que julho é normalmente um dos meses com mais acidentes e que por isso a polícia não divulgaria estatísticas do período.
Quando se compara, no entanto, a quantidade de acidentes atendidos pelo Corpo de Bombeiros, quando há feridos, que aconteceram entre 20 de junho e 17 de julho de 2007 com o mesmo período deste ano, o resultado também é queda. Foram 17% menos acidentes de trânsito em Curitiba, mesmo sem aumento da fiscalização. O tenente Silvio Cordeiro, da comunicação social do BPTran, acredita que a boa estatística é resultado da conscientização. "Acho que os motoristas estão mais conscientes do perigo do álcool associado com a direção", afirma.
No primeiro mês da Lei Seca, a Polícia Rodoviária Estadual (PRE) flagrou 47 pessoas dirigindo depois de consumir álcool em todo o estado. Dezenove motoristas foram levados para delegacia e vão responder a processo. A PRF divulgou dados apenas das duas primeiras semanas da Lei Seca. As detenções aumentaram 50% no período. Houve queda de 10% no número de acidentes e 40% na quantidade de mortes, informou Moreno.
Conforme a nova lei, que entrou em vigor no dia 20 de junho, quem for flagrado com quantidade de seis decigramas de álcool por litro de sangue – o equivalente, por exemplo, a uma lata de cerveja – responderá criminalmente, sujeito à pena de seis meses a três anos de prisão.
Além das prisões, está passível de punições administrativas (também de natureza gravíssima) qualquer pessoa flagrada com mais de dois decigramas de álcool por litro de sangue ou 0,1 mg por litro de ar expelido no bafômetro. Isso representa, na prática, o consumo de qualquer quantidade de bebida alcoólica – podendo variar, porém, de acordo com a altura e o peso da pessoa.
Vítimas do álcool
O descumprimento da nova legislação de trânsito fez duas vítimas na rodovia PR-445, município de Cambé, no Norte do Paraná, na tarde de domingo (20). José Luiz da Silva, de 59 anos, e Maria das Graças Soares, de 55, estavam em uma moto que foi atingida por um caminhão. O condutor do veículo, José da Silva Ramalho, de 50 anos, estava alcoolizado.
O motorista fugiu do local do acidente, mas foi localizado e levado à base da PRE, em Ibiporã, na mesma região. Ramalho fez o teste do bafômetro e o resultado apresentou índice de 0,65 miligramas de álcool por litro de sangue.
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