Pier Petruzziello
Informações falsas ou plantadas na imprensa circulam há tempos em todos os segmentos da sociedade. Porém, nos últimos anos, os chamados rumores, boatos, notícias mentirosas e destorcidas, grassam nas redes sociais impulsionadas por haters e maldosos de plantão que disseminam conteúdos falsos em profusão. Não que a internet não seja usada pela boa informação e para o bem, mas o combate ás chamadas fake news se faz tão urgente que na próxima segunda-feira, 6, será lançado o Comprova.
Esse projeto reúne jornalistas de 24 diferentes veículos de comunicação do Brasil que vão investigar, checar e até denunciar as informações enganosas, inventadas e deliberadamente falsas divulgadas durante a campanha eleitoral deste ano.
O Comprova vai monitorar e desvendar com cuidado as mentiras compartilhadas nas redes sociais, sites e aplicativos de mensagens que todos usamos. O projeto tem coordenação da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo e apoio do Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo. Além disso, o Google News Initiative e o Facebook Journalism Project ajudaram a financiar o projeto.
Além de afetar e interferir no resultado de uma eleição, como já aconteceu nos EUA, a disseminação de notícias falsas pode acabar matando inocentes. Basta lembrarmos do caso de Fabiene Maria de Jesus, que foi linchada e morta por moradores do Guarujá (SP) após ter uma foto sua publicada em página do Facebook e ser acusada erradamente de ser uma sequestradora que nunca agiu no município.
Há tantos outros exemplos que podem ser citados que apontam que objetivo principal dos detratores está na clara intenção de macular imagens, assassinar reputações e jogar a todos na vala comum do ódio, da violência, da discriminação e da intolerância.
A preocupação com a disseminação das notícias falsas não afeta apenas a área política ou a vida das pessoas comuns. As empresas também se mostram preocupadas. Pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial com 52 empresas nacionais e internacionais, revela que 85% delas se preocupam com a disseminação de mentiras online. Segundo o levantamento, os principais receios estão nos danos à reputação da marca (91% dos entrevistados), prejuízos à imagem da empresa (77%), perdas econômico-financeiras (40%) e credibilidade da companhia (40%).
Todos nós podemos e devemos ajudar a combater as fakes news. E com dicas simples como: desconfiar e conferir endereços (URL) estranhos e que imitam a página de um outro veículo de comunicação. Seja mesmo cético com relação as manchetes apelativas, com pontos de exclamação ou em letras maiúsculas, Tenha por hábito verificar a fonte da informação, fique de olho em matérias com muitos erros ortográficos ou com layouts estranhos. Observe se há evidências do fato, menção de especialistas e busque outras fontes, outras reportagens sobre o tema tratado. Vamos todos juntos combater as fakes news!
Pier Petruzziello, 35, advogado e vereador, é pré-candidato a deputado estadual pelo PTB
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