Empresária reclamou dos excessos da operação e acabou presa por desacato, denuncia entidade
A Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) questionou as abordagens e o abuso de poder durante os procedimentos da Ação Integrada de Fiscalização Urbana (AIFU) em diversos estabelecimentos do setor em Curitiba no final de semana. As ações, com espetáculo midiático de viaturas, resultaram no fechamento de várias casas e aplicação de multas apenas na noite de sexta-feira (17).
“O nosso questionamento é com a forma que ocorrem estas abordagens, com claro abuso de poder contra os empresários do setor”, afirma Fábio Aguayo, presidente da Abrabar. Nas operações do bairro Bacacheri em Curitiba, uma empresária acabou presa por supostamente desacatar autoridade, sendo que na verdade, ela reclamou dos excessos praticados pela AIFU.
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A entidade vai levar o posicionamento dos empresários do setor, às corregedorias e Ministério Público. “Vivemos em tempos de transparência, inovação e tecnologia e a AIFU ainda trabalha de forma analógica e com desperdício do erário, especialmente com comboios desnecessário e midiático”, ressalta Aguayo.
“A AIFU vai atrás, na maioria esmagadora das vezes, de quem trabalha, tem tradição gerando emprego, renda e tributos aos cofres públicos”, afirma o presidente da Abrabar. Nas operações, de acordo com ele, é desnecessária toda a força que foi empregada nestes últimos dias.
“O poder público – Governo do Estado e Prefeitura, precisam dessa energia na prisão dos arrombadores e bandidos que destroem os nossos comércios nas madrugadas”. Durante a pandemia, segundo Aguayo, além de longos períodos fechados devido aos decretos restritivos, diversos estabelecimentos foram arrombados e tiveram objetos furtados sem uma resposta a altura dos órgãos de segurança.
Fechamentos e multas
Durante a AIFU de sexta-feira, que contou com reforço da Polícia Militar e outros órgãos de segurança pública de Curitiba, foram fiscalizados oito estabelecimentos. Destes, quatro foram fechados. Foram aplicadas 12 multas administrativas e 29 multas de trânsito, além da prisão de uma empresária.
Além dos abusos, o setor sofre com a formalização das atividades. Um empresário associado da entidade, relata que vem tentando ajustar o alvará, no entanto, tem recebido resposta negativa.
Nesta operação da AIFU ele acabou recebendo duas multas, uma de R$ 17 mil e outra de R$ 5 mil. “A gente tenta fazer a coisa certa, mas não consegue e ainda acaba levando multa”, contou.
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