Inovador desde sua concepção e sua inauguração, em março de 2019, o Fab Lab Cajuru, primeiro laboratório-oficina público voltado à cultura maker no Brasil, ultrapassou os 200 projetos realizados gratuitamente.
De jogos didáticos a robôs de batalha, passando por peças para veículos, máscaras de proteção e chegando a propostas de moda sustentável e de inclusão a turistas com deficiência visual, na ponta do lápis são 224 propostas atendidas em pouco mais de quatro anos, incentivando a criatividade, inovação e a cultura do “faça você mesmo” na cidade.
No espaço de 150m² dentro da Rua da Cidadania do Cajuru estão instalados laboratório de informática, salas para cursos e ambientes para reuniões e videoconferência, além de equipamentos modernos para fabricação digital e prototipagem, como impressoras e scanner 3D, cortadora a laser, router, plotter e fresadora.
Gerenciado pela Fundação de Ação Social (FAS), dentro do programa Liceu de Ofícios Inovação, o Fab Lab tem a parceria do Vale do Pinhão, ecossistema de inovação curitibano, por meio da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação. O conceito do espaço tem a chancela do Instituto de Arquitetura Avançada da Catalunha (IAAC) e do Center for Bits and Atoms do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
Aberto a todos
O local é aberto a toda a comunidade, que pode ir até lá somente para descobrir as possibilidades de um Fab Lab ou para executar projetos já em curso que precisam de um apoio tecnológico para serem viabilizados.
Cada proposta é analisada individualmente e a execução é feita a partir da troca de ideias para encontrar a melhor solução para cada problema proposto. Não há um tempo pré-definido para a conclusão de cada projeto e o número de atendimentos varia entre alguns encontros até meses de execução.
Uso da imaginação
A ideia central, explica o gerente do Fab Lab, Cleverson Fuzeti, é que as pessoas se sintam instigadas a usar a imaginação para construir, modificar e criar objetos com alguma finalidade.
“A tecnologia aqui nos dá o suporte para desenvolver propostas que resolvam problemas. O mais importante, contudo, é o estímulo à criatividade para pensar diferentes formas de fazer isso, desde a escolha do material, a máquina que vamos usar, o resultado que queremos”, diz Fuzeti.
Essa finalidade pode ser desde uma peça para jogo de tabuleiro, passando por equipamentos ou protótipos de veículos destinados ao transporte de pessoas e cargas médias. Para tudo isso, o Fab Lab Cajuru já deu suporte.
Entre os projetos de impacto social, o local foi usado para a produção de 21,3 mil faceshields para as equipes da Saúde durante a pandemia de covid-19, com 30 voluntários e apoio de todo o ecossistema de inovação da cidade, desde a doação dos insumos.
O mais novo projeto que já está na rua foi a produção das miniaturas de atrativos turísticos da cidade para que pessoas com baixa visão possam conhecer a Curitiba pelo tato.
E tem mais em andamento: estão em fase de pesquisa, testagem e produção projetos como uma arena para batalhas de robôs, estruturas para proteção das abelhas nos Jardins de Mel, pesquisa de estrutura para correção do pé torto congênito em bebês, sensores para estações meteorológicas e de energia solar.
Universitários e novos públicos
Ainda na ponta do lápis, Fuzeti calcula que 70% dos usuários do Fab Lab Cajuru são universitários, de diferentes cursos de graduação e muitos chegam ao local por indicação de professores.
Também há quem chegue ao local a partir da pesquisa na rede mundial de fab labs, da qual o laboratório multifunções faz parte. Foi o caso da designer de moda Brunna Gonçalves Ramos, que trouxe o projeto desenvolvido na Universidade Estadual de Londrina (UEL) para a capital paranaense, onde fez aprodução de roupas sustentáveis.
Entre as instituições de ensino assíduas do Fab Lab estão a UFPR, a UTFPR, o IFPR, a UniCuritiba, Unibrasil e a Universidade Positivo. Mas a intenção é que mais pessoas visitem, conheçam e passem a utilizar o local para criar.
Por isso, mais de 1 mil visitas já foram recebidas no local vindas de escolas públicas e particulares, dos programas atendidos pela FAS e também dos participantes das rotas pedagógicas do Linhas do Conhecimento da Secretaria Municipal da Educação.
Reconhecimento e referência
A iniciativa criada pela Prefeitura de Curitiba já tem reconhecimento nacional. Em 2021, foi premiado pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos com o Prêmio de Inovação em Políticas Públicas.
Em 2020, o projeto ganhou também o Selo Sesi Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pela ONU para a melhoria da qualidade de vida do planeta. Promovido pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep-PR), este prêmio reconhece iniciativas de todo o Estado.
O fab lab público curitibano também é modelo para inspirar a instalação do laboratório maker em outras cidades. Fuzeti conta que frequentemente recebe representantes de outros municípios que querem viabilizar um espaço semelhante.
Na lista, já estiveram no espaço da Rua da Cidadania do Cajuru gente de Matinhos, Foz do Iguaçu, Cornélio Procópio (PR) e Passo Fundo (PR).
Como acessar
O Fab Lab é aberto a toda comunidade que pode conhecer e utilizar o espaço, que é voltado à criação de soluções inovadoras em diferentes áreas, a partir da troca de ideias e uso de equipamentos como impressora 3D, de corte a laser e outros.
Os atendimentos são feitos com pré-agendamento, pelo e-mail [email protected] ou preenchendo o formulário neste link .
Fonte: Prefeitura de Curitiba / Foto: José Fernando Ogura/SMCS
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