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Abandono da reforma agrária por Dilma se reflete no Paraná

Abandono da reforma agrária por Dilma se reflete no Paraná

“Cadê a Dilma, a Gleisi e o Gilbertinho?”, cobram as lideranças estaduais do MST ao formar mais um acampamento que vai chegar a três mil famílias entre Rio Bonito do Iguaçu e Quedas do Iguaçu. O Governo do Paranás alertou, por diversas vezes, as autoridades federais sobre a situação das famílias sem terra do Estado, em especial, às que estão acampando agora no centro-oeste. São eminentes a tensão e a situação de conflito com fazendeiros, autoridades, políticos e empresas instaladas nas cidades da região.

Desde 1.º de maio já são 1,5 mil famílias mobilizadas dentro do assentamento Ireno Alves, em um espaço cedido por um agricultor assentado. A intenção do MST é chegar a três mil famílias acampadas entre as duas cidades. A Gazeta do Povo conversou com duas jovens lideranças do acampamento, o que se presume que a maioria dos acampados é formada agora por jovens, filhos dos sem terra. A ocupação de um novo espaço no Paraná faz parte das chamadas “grandes ocupações” programadas pelo MST e foi decidida no 6.º Congresso Nacional do movimento realizado em fevereiro.

O próprio MST considera “um fiasco” a política de reforma agrária de Dilma. A petista é a presidente que menos desapropriou áreas para assentamentos nos últimos 20 anos.Dilma desapropriou 58 áreas em 2011 e 28 em 2012. Até outubro de 2013, quando desapropriou oito áreas, ela não havia assinado nenhum decreto. Com 100 desapropriações no ano, ela soma agora 186 áreas no mandato – mais do que as 28 de Fernando Collor (1990-1992), mas menos que as 238 de Itamar Franco (1992-1994), as 3.532 de FHC (1995-2002) e as 1.990 de Lula (2003-2010).