Do blog da Margarita Sem Censura
O governo dos EUA está à espera da extradição de Assange, da Suécia para os Estados Unidos, onde poderá ser condenado à prisão perpétua ou até à morte por espionagem, ao publicar materiais secretos em seu WikiLeaks.
O Supremo Tribunal do Reino Unido decidiu ontem extraditar Julian Assange para a Suécia, por 5 X 2.
Desde 2010, um tribunal sueco está tentando que o fundador do polêmico site WikiLeaks dê depoimento sobre acusação de estupro, que ele nega. Assange sempre se declarou inocente, afirmando que o processo é politicamente motivado.O pior, segundo ele, é que depois de ser extraditado para a Suécia, será extraditado para os EUA, onde é acusado de espionagem, por ter publicado no WikiLeaks, centenas de milhares de materiais secretos do Ministério de Negócios Estrangeiros e dos serviços de inteligência norte-americanos.
Nos EUA, qualquer divulgação de documentos secretos é considerada crime. Já a lei do Reino Unido proíbe a extradição de um cidadão se ele enfrentar a pena de morte. Na Suécia, essa restrição não existe.
Em Londres, sob prisão domiciliar, aguarda medidas de seus advogados, que devem recorrer ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
No caso de extradição para os EUA, Assange enfrentará pelo menos a prisão perpétua, dizem especialistas, lembrando a história de um suposto informante do WikiLeaks, o soldado Bradley Manning.
Pela combinação das acusações, ele poderá ser condenado à pena de morte. A decisão de extraditar estava errada, diz o ex-secretário e conselheiro de Margaret Thatcher, Michael Dobbs:
É claro que Assange não é nenhum altruísta e não era por altruísmo que ele fazia tudo que está ligado ao WikiLeaks.
No entanto, sua contribuição para a divulgação da verdade sobre o que os EUA fazem é significativa e ele realmente ajudou a todos nós. Se ele for extraditado para os Estados Unidos, já nada o ajudará.
No melhor dos casos, ele vai ser preso para toda a vida, diz Malcom Dixelius, jornalista.
“O que aconteceu na América não é um crime segundo a lei sueca. Foi por isso que Assange trabalhou neste país.
Na Suécia não será penalizado pela divulgação de informação. Não há nenhum pedido das autoridades norte-americanas sobre este assunto. E depois, a Suécia não tem o direito a extraditá-lo sem o consentimento da Inglaterra.
Ou seja, a Inglaterra só o vai extraditar em relação ao caso de estupro, e da Suécia não tem o direito de tomar decisões individuais.”