O blog do Fábio Campana traz a última crônica do escritor Wilson Bueno, escrito na edição de maio da Revista Ideias.
Mínima Alice
Muitos dias depois de haver perguntado a Alice quem ela era e esta haver respondido que já não sabia mais a rigor quem era pois havia mudado muitas vezes desde que acordara aquela manhã, a Lagarta reencontrou nossa heroína. Tão reduzida em seu tamanho, que ela estava, vejam vocês!, firmando-se com dificuldade bem no vértice de um Ás de Copas, isto é, na ponta do coração vermelho no centro da carta do baralho.
Difícil manter-se ali, apesar de mínima. Mas tão mínima, que a olho nu, isto é, sem poderosas lentes, jamais seria vista. Nossa! Nossa! A nossa invisível Alice apoiava um dos fios de perna num lado do coração e outro no lado oposto de tal forma que desse modo conseguia se equilibrar, ainda que, muitas vezes, um dos mínimos pezinhos escorregasse e ela ficasse assim meio enviesada na ponta do coração do Ás de Copas. Trêmulas ambas as pernas – tanto a esquerda quanto a direita.
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