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“A situação de Foz é crítica”, diz Phelipe Mansur, em entrevista ao site Paraná Divulga

 

Phelipe MansurEm entrevista exclusiva ao Paraná Divulga, o empresário Phelipe Mansur classificou como crítica a atual situação econômica de Foz do Iguaçu. “A situação de Foz é crítica. Porém tudo passa pelo desenvolvimento econômico e um ambiente de atração de investimentos”. Mansur também rebateu algumas críticas quanto à recente mudança para o PSDB, reforçou a defesa da plataforma do político voluntário e a sua nova função de articulador político do Governo do Paraná na região Oeste. Sobre a atual administração, o empresário contestou. “Deixou (Chico) de cumprir com a redução dos cargos comissionados e de secretarias que tinha proposto na campanha”.

Confira a entrevista completa feita pelo jornalista e escritor Pedro Lichtnow.

PARANÁ DIVULGA – Logo depois das eleições municipais, o senhor mudou radicalmente de grupo político. Passou da REDE para o PSDB, partidos, de certo modo, com posições políticas antagônicas. Tal mudança gerou muitas críticas, especialmente nas redes sociais. Quais foram as principais razões para esta significativa mudança política? E como o senhor entende as críticas disparadas durante esta transição?

PHELIPE MANSUR- Me filiei à REDE através de um convite feito por integrantes do partido que viram a plataforma de propostas que eu vinha defendendo, mesmo sem ser filiado a partido algum. Li o estatuto da REDE e me impressionei com a forma ponderada e aberta de fazer política que o estatuto propõe. Isso me fez decidir pela filiação. Porém no decorrer das duas campanhas vi que há muitos grupos radicais na REDE e isso gerou algumas dificuldades. Ao finalizar a campanha já tinha percebido que seria difícil eu ficar na REDE, então veio o convite do PSDB, o qual aceitei por me afinizar com a social-democracia. As críticas fazem parte do processo político, as vejo com naturalidade. Todo líder recebe críticas, pois quando se posiciona acaba incomodando alguém.   

PARANÁ DIVULGA – Nas eleições suplementares, o senhor fez uma votação substancial com mais de 38 mil eleitores. Para uma primeira eleição majoritária, sem dúvida, representa uma força expressiva e contundente. Muitos atribuem a ampla votação ao discurso do novo e ao momento político do Brasil, no qual os eleitores parecem um pouco desgastados com a figura convencional dos políticos. Outras pessoas atribuíram o resultado positivo ao apoio eleitoral de políticos conhecidos, como o próprio governador Beto Richa e o prefeito de São Paulo, João Doria. Para tanto, quais fatores, de fato, o senhor atribui para conquistar um grande número de eleitores e também seguidores, mesmo nas redes sociais?

PHELIPE MANSUR – Defendi uma plataforma desde minhas primeiras aparições públicas, que é a aproximação das pessoas com o poder público. Veja que não há outra saída senão as pessoas se envolverem na política para melhorarmos esse quadro deprimente vivido hoje. Entrei de peito aberto no debate político, com sinceridade, mesmo estando concorrendo com velhos da política iguaçuense. Estudei e me preparei. Vejo que isso atraiu as pessoas, principalmente os jovens, e gerou esperança em quem não aguenta mais ver políticos mentindo e fazendo falsas promessas em época de campanha.  

PARANÁ DIVULGA – Nesta semana, o governador Beto Richa e o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, o indicaram à função de chefe do Núcleo da Casa Civil na região Oeste do Paraná, com status de subsecretário. Politicamente, o que significa esta indicação e qual será a responsabilidade do senhor ao assumir tal posição?

PHELIPE MANSUR – Vejo que esse é um reconhecimento pelo estudo que fiz da região e por ter tido coragem de enfrentar um sistema político viciado e ultrapassado. O governador Beto Richa e o Secretário Rossoni me confiaram a missão de integrar o oeste através dos investimentos que o governo do Estado quer fazer na região. É um papel de articulação importantíssimo. A responsabilidade é muito grande e estou muito honrado. Trabalharei com afinco dia e noite para melhorar nossa região. 

PARANÁ DIVULGA – Durante toda a campanha para as eleições suplementares, o senhor reforçou a proposta das novas ideias e da atuação de voluntários de apoio à sua candidatura. Há, nas redes sociais, no entanto, informações de que o senhor foi nomeado oficialmente pelo governo do Estado e que receberá um salário para executar a função atribuída. No caso de claridade dos fatos, quais informações ou notícias procedem sobre este tema?

PHELIPE MANSUR – Em minha plataforma defendo o político voluntário, ou seja, aquela pessoa que atua na política não visando o lucro como um fim, mas doando seu tempo para melhorar a sociedade em que vivemos. Esse é um tema muito difícil pois alguns podem doar o tempo enquanto outros tem que receber, pois não possuem outra fonte de renda. No meu caso, para dar exemplo, vou publicar em meu site uma prestação de contas de todos os gastos da remuneração que receberei, doando parte do salário para entidades filantrópicas da cidade.  

PARANÁ DIVULGA – O senhor fez um amplo levantamento ou diagnóstico social e econômico sobre o município de Foz do Iguaçu. De certa forma, este estudo pautou alguns temas abordados nas eleições. Em síntese, qual a praticidade do diagnóstico e quais são as principais propostas indicadas pelo senhor para impulsionar o desenvolvimento de Foz do Iguaçu?

PHELIPE MANSUR – Qualquer pessoa que se propõe a governar deve primeiramente saber do que está falando, por isso comecei com um estudo amplo da situação de Foz do Iguaçu e baseei minhas propostas em dados técnicos com viabilidade de serem executadas. Em síntese, Foz precisa se integrar com o desenvolvimento que já ocorre na região oeste e trazer riqueza para a sua população. Não estamos mais na era do populismo onde bastava ter um líder carismático e tudo se resolvia. As pessoas querem autonomia para poder desenvolver suas próprias vidas e voltarem a ter dignidade. A prefeitura precisa promover isso gerando desenvolvimento econômico através da atração de investimentos para o município. Infelizmente em Foz 52% das famílias vivem com menos de 2 salários mínimos. Se isso não for melhorado a vida das pessoas não melhora, será apenas enxugar gelo. 

PARANÁ DIVULGA – Foz do Iguaçu recupera-se, verdadeiramente, de um drama político. Vereadores presos, ex-prefeito preso, casos de corrupção e de improbidade administrativa comprovados. Qual a saída apontada pelo senhor para resgatar a credibilidade política da cidade, motivar a população para o debate político e, sobretudo, reverter o desgaste psicológico causado por tantos problemas recorridos e de repercussão nacional?

PHELIPE MANSUR – A credibilidade política em Foz será resgatada quando os políticos cumprirem com suas promessas e propostas da época de campanha e não roubarem mais os cofres da prefeitura através de acordos espúrios e esquemas. Para isso a população precisa participar, estar vigilante e engajada no debate constante. Não há outra solução.  

PARANÁ DIVULGA – Nesta aliança com o Estado e o governador Beto Richa, quais são as diretrizes que vão ajudar, de fato, a população iguaçuense e o município. A aliança não respalda apenas a base de apoio de Richa para uma eventual candidatura ao senado na região, em 2018?

PHELIPE MANSUR – Não vejo dessa forma. O Paraná é o estado que mais investe hoje no Brasil e o governo precisa de pessoas que sejam capacitadas para articular esses investimentos junto aos municípios. Meu papel será analisar e avaliar quais as áreas prioritárias para investimento em Foz e articular para que esses recursos cheguem o mais rápido possível para o município investir. Assim estaremos ajudando de fato a melhorar a qualidade de vida dos iguaçuenses. Veja por exemplo a liberação feita recentemente de 10 milhões para melhorar o asfalto da cidade. Todos os dias recebo queixas de pessoas que quebraram seus carros ou tiveram o pneu furado em algum buraco das ruas de Foz. Se a prefeitura souber aplicar bem esse recurso, a qualidade de vida dos iguaçuenses melhora rapidamente nessa área.  

PARANÁ DIVULGA – Com a expressiva votação nas eleições suplementares, cogita-se o nome do senhor para uma eventual candidatura em 2018 para os cargos de deputado estadual ou deputado federal.  Esta projeção existe ou apenas se sustenta em especulações?

PHELIPE MANSUR – Estou pensando nesse momento apenas em fazer um bom trabalho nessa missão desafiadora que recebi e trazer notícias boas para nossa cidade e região. Uma possível candidatura em 2018 será pensada apenas ano que vem em discussão com o partido. 

PARANÁ DIVULGA – Apesar de pouco tempo oficialmente como prefeito, qual análise do senhor deste início de mandato de Chico Brasileiro?

PHELIPE MANSUR – Penso que o prefeito tem se esforçado para melhorar a situação da cidade, mas deixou de cumprir com a redução dos cargos comissionados e de secretarias que tinha proposto na campanha (ele assinou documento se comprometendo a reduzir em 30% os cargos comissionados do município). Isso não é bom porque a classe política precisa resgatar a confiança. Prometer e não cumprir não ajuda nisso. Mas o governo do Chico ainda está no começo e há tempo de consertar muitas coisas na cidade. Eu, sendo iguaçuense estou torcendo para que seja um bom governo.

PARANÁ DIVULGA – Na visão do senhor, qual área da atual gestão deveria receber mais apoio neste momento para acelerar o desenvolvimento do município, especialmente neste momento de crise econômica no Brasil e de pouca geração de empregos formais e renda?

PHELIPE MANSUR – A situação de Foz é crítica. Porém tudo passa pelo desenvolvimento econômico. Precisamos criar um ambiente de atração de investimento para Foz onde se valorize as características da região e hajam novos investimentos tanto do setor privado como do poder público. Esse ambiente será criado quando a prefeitura funcionar de maneira mais ágil (por ex. na liberação de alvarás) e o prefeito der segurança institucional para esses novos investimentos. A população, tendo a renda garantida, pode pensar melhor em educação e saúde. Um pai e uma mãe de família não conseguem se concentrar em acompanhar os estudos do seu filho na escola pública se o básico está faltando dentro de casa. Se faltam condições de sobrevivência financeira tudo piora na vida das famílias. Isso deve ser nossa prioridade.