Depois de um mapeamento da empresa, Silva e Luna reestruturou a gestão da margem brasileira da usina de Itaipu
Faisal Ismail
Quem conhece ou pelo menos teve boa vontade para saber quem é o general Joaquim Silva e Luna, o novo presidente da Petrobras, homem de grande visão e perfil mediador, sabe que a estatal está em boas mãos. Tanto o chamado mercado, quanto a própria estatal e seus empregados, podem ficar bastante tranquilos. Como exemplo, durante dois anos e um mês ele teve um grande papel como CEO à frente da usina de Itaipu.
E não estamos falando de uma hidrelétrica qualquer, mas de uma das mais importantes do mundo, líder em geração de energia limpa e renovável do planeta, com seguidos recordes mundiais de produção e de produtividade.
Depois de um mapeamento da empresa, Silva e Luna reestruturou a gestão da margem brasileira da usina de Itaipu.
Primeiro ponto foi unicar a empresa num só local. Para isso usou uma fórmula simples, mas bastante eficiente: composição de equipe e planejamento estratégico.
Como não havia consenso em reduzir a tarifa da Itaipu, por causa dos pares paraguaios, ele optou em usar o orçamento da empresa com olhar público. Como a usina não pode ter lucro ou prejuízo por causa do tratado que a rege, reordenou os
gastos.
Tudo o que não tinha aderência com a missão, em especial patrocínios milionários e convênios “politiqueiros”, ele usou em iniciativas e ações sociais importantes, tanto pontuais para a população, como também em obras estruturantes, que deixam
legado. Resultado da política de austeridade: R$ 2,5 bilhões em grandes obras, com geração de 2,5 mil empregos.
Na gestão dele, foi possível a construção de uma segunda ponte com o Paraguai sobre o Rio Paraná, a ampliação da pista de pouso e decolagem no aeroporto de Foz, tornando o terminal de fato internacional, com possibilidade de receber grandes aeronaves dos Estados Unidos e da Europa, além de melhorias em importantes rodovias estratégicas do Paraná. Exemplos são a Rodovia das Cataratas, corredor turístico de Foz, e a Estrada Boiadeira, trecho da rota bioceânica, ligando o Brasil ao Chile.
No Paraná, Silva e Luna é conhecido pela competência, espírito agregador e pela humildade. Sua ida para a Petrobras foi recebida com um misto de alegria, orgulhoso e tristeza. Imagina se o general zer na Petrobras um terço do que fez no Paraná e na própria Itaipu?
Pela sua atuação assertiva, Silva e Luna tinha uma interlocução gigantesca com a região do entorno, área de influência da usina, todo o Estado e o governo federal.
Expert em energia
Pouco tempo depois de se debruçar sobre os temas importantes da usina, Silva e Luna tornou-se um expert em energia e outros assuntos correlatos à Itaipu Binacional. A gestão Silva e Luna reconfigurou a imagem da empresa com a adoção de medidas republicanas baseadas nos preceitos da boa administração pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, como rege o artigo 37 da Constituição. O credo que ele imprime em todas as suas ações.
Para se preparar para diferentes cenários do mercado do setor elétrico, por exemplo, sob o seu comando, a empresa elaborou um Plano de Trabalho para o Grupo da Revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu, coordenado pelo Ministério de Minas e Energia. A política orçamentária da empresa também passou por modificações, para melhor aproveitamento dos recursos.
E, a mais importante do ponto de vista da gestão, a administração Silva e Luna conseguiu apoiar a Eletrobras e a Ande no processo de contratação da potência da Itaipu Binacional até 2022, com a garantia de que não haverá aumento da tarifa de Itaipu para o consumidor.
Até então, nunca havia sido firmado um contrato de longo prazo entre os pares Sempre se trabalhava com contratos anuais, que passaram a ser mensais, o que dificultava a previsibilidade orçamentária. O acordo inédito eliminou um risco iminente para a gestão, que não tinha como ordenar com clareza as despesas da companhia.
Isso é trabalhar com foco no negócio. E na Petrobras não será diferente. Homem com DNA de servidor público e de grandes princípios, está claro que na maior estatal do Brasil ele vai orientar a companhia, juntamente com o seu Conselho, a equalizar interesses do mercado e da sociedade.
Faisal Ismail é presidente da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (Acifi)
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