Ricardo Noblat
Por ora, o presidente Michel Temer decidiu enfrentar Renan Calheiros (PMDB-AL) com uma das armas que o senador tem usado contra ele – os talheres.
Anteontem, Renan jantou com 12 senadores do seu partido e ocupou-se a falar mal do governo. É só o que tem feito pelo menos desde a semana passada.
Ontem, Temer almoçou com dois senadores do PMDB e jantou com outros quatro. Pretende almoçar, jantar ou reunir-se com a maioria dos senadores do partido até o fim da próxima semana.
Ao todo, o PMDB tem 22 senadores. A maioria continua alinhada com o governo. Temer está convencido de que não recuperará Renan para seu rebanho. Porque o que Renan quer, ele não pode dar.
Temer pensou de início que Renan queria mais cargos no governo e mais verbas para que seu filho, Renanzinho, governe melhor Alagoas. Até estava disposto a atendê-lo.
Mandou oferecer o Ministério dos Portos a ser criado e prometeu socorrer Renanzinho. Renan recusou. Isso seria pouco. Renan quer proteção contra a Lava Jato e contra a intenção da maioria dos alagoanos de não reelegê-lo.
É demais – até mesmo para Temer, sempre disposto a agradar os que o procuram à caça de favores.
A guerra dos talheres, a depender de Renan, poderá se agravar. Ele e Temer sempre viveram às turras. Renan tudo fez para salvar Dilma do impeachment. Quando viu que não dava, salvou os direitos políticos dela.
Temer está disposto a retaliar Renan se não lhe restar outra opção. Não bastaria isolá-lo, o que Temer já começou a fazer. Renan pode perder cargos que tem no governo, o que o enfraqueceria ainda mais.
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