PRISÃO DO AMIGO DE DANTAS PELA PF AGITA OS ARRAIAIS DO PSDB E DEM
DD se cevou sob o governo Fernando Henrique
A oposição descobriu repentinamente que a PF está sendo muito brutal, arbitrária – um hooorror, como diria certo senador tucano. A descoberta aconteceu algumas horas após a prisão do notório Daniel Dantas, acusado de gestão fraudulenta, formação de quadrilha, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, uso de informações privilegiadas, tentativa de suborno a um policial e outros crimes. Foram presos, também, o especulador Naji Nahas, o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta e mais 19 pessoas. Na noite de quarta-feira, o presidente do STF, Gilmar Mendes, concedeu habeas corpus a Dantas e a mais 10 presos ligados a ele.
A prisão de Dantas causou abalos sísmicos em alguns tucanos, demos & nos costumeiros comerciantes da pena. Uma comentarista “econômica” apareceu algo transtornada; um ingrato que faz ponto numa revista de má fama, na hora do aperto resolveu atacar o seu antigo benfeitor; o senador Heráclito Fortes (Dem-PI), que não tem esse problema de caráter, confirmou sua condição de luminar da “bancada DD” (bancada do Daniel Dantas), usando a sessão do Senado para questionar a prisão, e atalhou: “pelo menos, sou da bancada de um bandido que produz, que gera emprego”. Não se sabe o que o bandido em questão produz, mas, quanto aos empregos, é verdade – até agora ele empregou um batalhão de advogados. Porém, nenhum superou o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio, nos últimos tempos em acendrada campanha para acabar com o etanol brasileiro pelo método do consumo interno (v. matéria abaixo).
Dantas é o empreendedor demo-tucano por excelência – até hoje não empreendeu nada, exceto um banquinho de segundo andar, o Opportunity, mas é um ás para se apropriar da propriedade pública (sempre com dinheiro alheio, de preferência do próprio Estado) e para comprar apoios na mídia e no Congresso, recorrendo àquele mercado onde alguns disponibilizam a honra e a consciência. Desde que seus sócios estejam no governo, ele faz milagres. Quando não estão, ele vai parar na cadeia – tentou usar seu tradicional método de atuação, oferecendo um suborno de US 1 milhão ao delegado Vitor Hugo Rodrigues Alves Pereira, o que só acrescentou mais um crime à sua lista. O emissário para esse suborno disse ao delegado, numa conversa gravada, que Dantas estava preocupado “apenas com o processo em primeira instância, uma vez vez que no STJ e no STF ele resolveria tudo”.
Em 1997, um ano antes que o governo Fernando Henrique iniciasse as privatizações, US$ 2,5 bilhões dos fundos de pensão das estatais foram depositados no CVC/Opportunity Equity Partners FIA, um fundo de Dantas. Foi esse dinheiro dos fundos estatais que ele apresentou como cacife ao Citibank para se tornar administrador também do CVC/Opportunity Equity Partners Ltd., um fundo estrangeiro. Foi com esses recursos que ele entrou no negócio das privatizações. Seu mesmo, havia 0,06% do capital.
No entanto, sob os auspícios do governo Fernando Henrique, ele montou, em 1998, um “consórcio” do Opportunity com os fundos de pensão e a multinacional canadense Telesystem International Wireless Inc. (TIW) para se apropriar da Telemig e da Telenorte celular. O então governo fez uma montagem acionária que obrigava os fundos de pensão das estatais a votar com Dantas nas assembléias do consórcio, denominado Telparte Participações S.A.
Depois, açambarcou a Brasil Telecom com apenas 0,56% de recursos próprios. O resto era dos fundos de pensão e do Citibank. Nesse caso, o consórcio era com a Italia Telecom. O então governo obrigou os fundos a assinarem um acordo pelo qual seriam necessários mais de 90% dos votos dos cotistas para destituir Dantas da direção do CVC. Se algum fundo estatal votasse contra Dantas, estava prevista a cassação de seu direito de voto por 12 anos.
O escândalo estourou quando foram divulgadas os grampos do BNDES. Nessas gravações, uma seleta cepa de tucanos (Mendonça de Barros, ministro das Comunicações; André Lara Resende, presidente do BNDES; Persio Arida, ex-presidente do Banco Central; Ricardo Sérgio, diretor internacional do Banco do Brasil; e o próprio Fernando Henrique, presidente da República) tramavam a entrega da Tele Norte Leste ao Opportunity e à Italia Telecom. A conspiração fracassou quando Ricardo Sérgio, ex-arrecadador de Fernando Henrique e José Serra, fez um acordo com o outro grupo que disputava esse naco da telefonia, a Telemar.
Em abril de 2002, os fundos de pensão revoltaram-se contra a submissão a Dantas. Este resolveu pressionar Fernando Henrique para que continuasse a sustentá-lo. Apareceu, então, na imprensa, as primeiras páginas de um dossiê sobre as privatizações. A fonte era Dantas. Na noite de 3 de maio de 2002, Dantas reuniu-se com Fernando Henrique na própria residência presidencial, o Palácio da Alvorada. Um mês depois, a 3 de junho de 2002, o governo interveio na Previ – o fundo de pensão do Banco do Brasil – demitindo os diretores que se opunham a Dantas.
Fonte: www.horadopovo.com.br
É uma vergonha, o que se viu na imprensa até agora foi tentando ligar o Daniel Dantas ao pesosal do PT, só que os jornalisas, ou seriam os donos dos jornais?, fazem questão de esquecer que este rapaz se criou foi no período deles, na privatização das teles, quem não lembra? Ah, o pessoal da direitalha não lembra, esqueci.