Servidores municipais pedem reajuste de 24% e falam em greve
Os 29 mil servidores da prefeitura de Curitiba estão reivindicando reajuste salarial de 24,2% e já ameaçam cruzar os braços. Na semana que vem, após assembléia sindical, os funcionários podem decretar um indicativo de greve, que pode ser deflagrada ainda neste mês.
Os servidores municipais pedem a reposição da inflação de 2007, de 5,5%, mais um ganho real de 3,5% e outros 15,2% de reposição relativa ao reajuste da inflação do período de 1999 a 2004, que não foi concedido. Eles têm pressa na decisão da prefeitura porque, em ano eleitoral, os aumentos só podem ser dados até o dia 5 de abril, seis meses antes da eleição de outubro.
Os servidores reclamam ainda das defasagens salariais de algumas carreiras em comparação aos vencimentos dos mesmos cargos de prefeituras da região metropolitana. É o caso da Guarda Municipal e das carreiras da saúde. Irene Rodrigues dos Santos, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba, diz que um guarda municipal de Campo Largo recebe, por mês, R$ 1.175 iniciais. “O salário do guarda da capital paranaense não chega a R$ 700”, diz ela. No setor de saúde, um profissional de nível médio tem vencimentos de R$ 1.350 em Pinhais. Em Curitiba, o salário é de R$ 690.
Negociação difícil
O secretário municipal de Recursos Humanos de Curitiba, Arnaldo Agenor Bertoni, afirma que a prefeitura ainda está analisando uma posição sobre o reajuste para os servidores. Segundo ele, na quinta-feira que vem o município já terá uma proposta para apresentar aos funcionários. Mas ele garante que o porcentual de 24,2% pedido pelos funcionários municipais não será concedido.
“Nesse momento, não dá para dar esse porcentual de reposição”, diz Bertoni. “Temos de fazer tudo com muita responsabilidade. Veremos o que é possível, o que a prefeitura é capaz e com qual reajuste poderá arcar.” Segundo o secretário, não dá para comprometer, de forma irresponsável, investimentos que a administração municipal está fazendo em benefício da população apenas para dar o reajuste do funcionalismo.
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