A cinco dias da eleição de domingo, 6, três ações pressionam pela cassação da chapa liderada por Lindolfo Rui (PSD) e Adolfo Preis (PSB) candidatos a prefeito e vice de Itaipulândia. As ações, que envolvem também a atual prefeita Cleide Prates (MDB), denunciam a cooptação de partido, compra de eleitores e doação de cestas básicas em troca de votos. Se acatadas as ações pela Justiça Eleitoral, Lindolfo e Cleide podem ficar fora da política (inelegíveis) por oito anos.
Compra de partido
A primeira ação (0600279-66.2024.6.16.0122) ajuizada em 5 de setembro pede a cassação de Lindolfo pela cooptação (compra) do partido União Brasil. “A máquina pública foi utilizada pela prefeita Cleide a serviço de Lindolfo que passou a ter mais tempo no programa eleitoral de rádio. Cleide e Lindolfo ofereceram cargo e vantagens para Ari Thomazin (dirigente da UB). Amanda Thomazin, nora de Ari Thomazin, foi nomeada para um cargo na prefeitura”, afirma o advogado que protocolou a denúncia na Justiça Eleitoral.
“Lindolfo justificou que a prefeitura estava precisando de uma farmacêutica, mas seu cadastro no Conselho Regional de Farmácia está inativo. Lindolfo, Cleide e Ari Thomazin descobriram tarde demais que a Justiça Eleitoral proíbe a compra de partido”, completa o advogado que espera a audiência das testemunhas e a sentença da Justiça Eleitoral.
Compra votos
A segunda ação (0600465-89.2024.6.16.0122), ajuizada em 24 de setembro, denuncia a compra de votos na Associação de Recicladores de Itaipulândia (Assoremi). O crime eleitoral foi registrado na Polícia Federal. Vídeos mostram a ex-servidora da prefeitura, Marlei Kaefer, comprando apoio dos recicladores por R$ 70.
“É uma oferta. Se quiserem usar o adesivo para prefeito (Lindolfo), indiferente do Vereador. Eles vão dar para quem tiver adesivado, o comitê vai dar R$ 70 por semana para cada carro”, disse Marlei Kaefer em áudio gravado no vídeo e entregue à PF.
“Eles estão tentando apagar o incêndio. Marlei até retirou o seu adesivo do 55 para despistar. Não adianta mais esconder. O povo não é mais bobo”, disse um reciclador, O processo agora seguirá para audiência e depois Sentença.
Votos por cesta básica
A terceira ação (0600474-51.2024.6.16.0122), ajuizada nesta segunda-feira (1º de outubro), pretende a cassação da chapa de Lindolfo por chantagear uma família carente que já recebe cestas básicas da prefeitura. O crime também, com fotos e áudios, também foi registrado na PF. “A turma do Lindolfo prometeu cesta básica em troca dos votos da família, só que a família já recebe cestas básicas da assistência social”, disse um denunciante. Ari Facioni, apoiador de Lindolfo, e a mulher de Lindolfo, Verônica Rui, estão envolvidos neste caso.
Em áudios enviados à PF, Ari Facioni primeiro confirma que prometeu cesta básica caso a família apoiasse Lindolfo. Depois, diz que a família não vai mais receber a cesta básica. E o motivo: a família não colou o adesivo de Lindolfo.
“Ari ainda diz que Verônica acusou a família de não colar o adesivo.”Lindolfo, Cleide, Verônica e Ari: como vocês têm coragem de utilizar a fome de uma família para conseguir votos?”, questiona o denunciante.
Sem adesivo, não tem cesta
Nos áudios, Ari Facioni diz: “A própria Verônica, esposa do Lindolfo, passou aí também. Não tinha. Daí eu fui conferir ontem de tarde, conversei com a tua esposa, e não tinha.Tu esqueceu que eu dei uma cesta, né. E não colocou o adesivo. Tu esqueceu, né. Mas pode arrancar. Se depender de mim, tu pode arrancar”.
“Então não tem problema não. Não vai fazer falta esses votos para nós. Eu tava lá ontem. Eu fui lá para ver. Estava com a cesta dentro do carro, não tinha o adesivo. Eu voltei embora”, completa Facioni.
Este processo agora seguirá para audiência e depois sentença.
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