Apoiadores de Paulo Mac Donald Ghisi e Joaquim Silva e Luna trocam farpas e disputam o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro
Nem bem a campanha eleitoral começou, dois candidatos trocam cotoveladas e acusações pela hegemonia do bolsonarismo em Foz do Iguaçu. Paulo Mac Donald Ghisi (PP) fez chegar à polícia federal denúncia de um suposto grampo telemático e aliados sugerem a participação da pré-campanha do General Joaquim Silva e Luna (PL) na arapongagem. Ghisi e Luna serão confirmados no final de semana, em convenções partidárias, candidatos a prefeito em Foz do Iguaçu.
A refrega é resultado do apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que preteriu Paulo Mac Donald por Silva e Luna e deixou contrariado o candidato do PP e seus aliados.“Eu apoiei o Bolsonaro na campanha dele, apoiei a eleição dele de graça, gravei vídeo, pedi voto e tudo”, reclamou Mac Donald à revista Veja que tratou do assunto na sua última edição impressa.
Para a revista, Silva e Luna disse que recebeu uma ligação do ex-presidente. “O presidente me ligou recentemente e falou assim: ‘Como é que estão as coisas aí?’ E disse que, em breve, vai passar três dias aqui na região, começando a visita por Foz do Iguaçu”.
Suspeição
A tetra corre solta nos bastidores e chegou na imprensa nacional. Conforme a revista Veja, Mac Donald afirmou que ligações telefônicas foram interceptadas e mensagens em aplicativos, acessadas. Ele teria contratado uma empresa israelense de contraespionagem que confirmou os grampos. Um laudo técnico foi apresentado à Polícia Federal, acompanhado de pedido de abertura de inquérito para identificar os responsáveis
“O general, claro, seria o principal interessado em violar os telefones do nosso candidato. Não vejo quem mais poderia se beneficiar disso”, diz o deputado Vermelho (PL), aliado e do mesmo partido de Bolsonaro, que se diz traído pela reviravolta política e desde sempre apoiou o ex-prefeito Paulo Mac Donald.
“Não tenho nada a ver com isso. Tenho 54 anos de vida pública e zero de problema”, rebateu o general na revista. Silva e Luna estava, até pouco tempo, filiado ao Republicanos e mudou para o PL num movimento do governador Ratinho Junior (PSD) que indicou o apresentador Ricardo Nascimento (PSD) como candidato a vice-prefeito.
Apoiadores de Silva e Luna afirmam que o candidato do PP é contumaz em “ver chifre em cabeça de cavalo” e criar “cortina de fumaça” para esconder problemas que pode enfrentar na manutenção da candidatura a prefeito. “É um mimimi sem fim, basta olhar as redes sociais”.
Vídeo de apoio
Na semana passada, o general acompanhou Ratinho Junior, com outros dois candidatos – Eduardo Pimentel (PSD-Curitiba) e Renato Silva (PL-Cascavel), para uma conversa com Bolsonaro em Porto Alegre. Bolsonaro gravou um vídeo em apoio a Silva e Luna e destacou a atuação do general na presidência da Itaipu Binacional. “Fechou as torneiras dos desvios que aconteciam muito na binacional”, disse o ex-presidente.
Do encontro participaram ainda os deputados Fernando Giacobo, presidente estadual do PL, e Filipe Barros (PL); e o ex-deputado Paulo Martins, indicado pelo PL a vice-prefeito de Eduardo Pimentel.
Bolsonaro destacou ainda a ampliação da pista do aeroporto internacional, a construção da segunda ponte com o Paraguai e do início da terceira ponte em Porto Murtinho (MS) “Atendeu mais de 50 municípios com obras, além de asfaltar a Boiadeira, ou seja, o trabalho dele saneou a empresa e reduziu o preço da tarifa de energia. Ele agora é o nosso pré-candidato a prefeito de Foz do Iguaçu e obviamente merece o carinho, a consideração e o reconhecimento por parte de todos, não apenas de Foz do Iguaçu, como do Brasil. Eu desejo que tenha boa sorte, sucesso para o bem do município e do Paraná”, disse.
Desdenhado
O vídeo de Bolsonaro não caiu bem na pré-campanha do PP. Na revista Veja, Vermelho disse que o general foi desdenhado por Bolsonaro quando o deputado Ricardo Barros (PP) o procurou para avalizar o nome de Silva e Luna como candidato a prefeito pelo PP.
No encontro, o ex-presidente vetou o nome do general: “Ele, quando estava na Petrobras, só me prejudicou. Ganhava um salário de R$ 240 mil por mês, dividendos, e aumentava a gasolina a cada dois, três dias”, teria dito Bolsonaro, segundo relato do deputado Vermelho, que também teria participado da reunião em Brasília.
Silva e Luna, ex-ministro da Defesa, ex-presidente da Itaipu Binacional e da Petrobras no governo Bolsonaro, montou uma empresa que, entre outras atividades, vende serviços de segurança privada e vigilância. “Isso não quer dizer nada, mas tem ajudado a alimentar as intrigas”, escreve o repórter Hugo Marques na Veja.
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