O empresário Zé Elias Castro Gomes, pré-candidato a prefeito pelo União Brasil, disse nesta segunda-feira, 8, que vai incluir a tarifa zero transporte coletivo no Plano de Governo na disputa da prefeitura de Foz do Iguaçu nas eleições de outubro. “Vamos usar parte da economia com a redução dos 80% dos cargos comissionados para estender a gratuidade da tarifa para toda a população”, disse Zé Elias. Estima-se que as despesas de salários dos servidores comissionados gira em torno de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões por ano.
“A tarifa de ônibus em Foz de R$ 5,00 já é muito cara, considerando o índice de passageiros transportados por quilômetro, ou seja, a quilometragem das 39 linhas são mais curtas do que outros centros urbanos de maior porte. O acesso às planilhas com os números de passageiros, custos e valores dos subsídios precisam de mais transparência”, disse Zé Elias.
Segundo o Foztrans, o passe livre atende atualmente cerca de 200 mil passageiros por mês, entre os estudantes, pessoas com deficiência (PCD) e acompanhantes, aposentados por invalidez e idosos com mais de 60 anos, o que corresponde a 50,9% dos usuários. Todos os usuários, incluindo os estudantes, utilizam a “integração temporal” – possibilidade de trocar de ônibus em período de até 90 minutos, sem precisar pagar outra passagem.
“O número de passageiros transportados por mês é impreciso, estima-se em um milhão de usuários, mas não bate com o porcentual apontado pelo Foztrans em relação aos que já tem a gratuidade. Insisto que todo o sistema tem que ter controle social transparente”, disse o pré-candidato.
Cidades atendidas
Mesmo com a imprecisão de números, percentuais e valores de subsídios, Zé Elias argumenta que a discussão sobre a tarifa zero que já está acumulada nas cidades brasileiras. No Paraná já são 13 cidades com a isenção total da tarifa e no Brasil são 101 cidades com uma população de 4,8 milhões de habitantes. “Foz do Iguaçu pode ser a primeira grande cidade do Paraná a implantar a tarifa zero. Até agora, Paranaguá com 146 mil moradores é a maior cidade com transporte coletivo gratuito”, disse Zé Elias.
Além de Paranaguá, a gratuidade no transporte urbano alcança as cidades paranaenses de Antonina (18.091 moradores) , Carambeí (23.283), Cianorte (79.527), Clevelândia (15.070), Ibaiti (28.830), Itaperuçu (31.217), Ivaiporã (32.820), Matinhos (39.259), Pitanga (33.567), Quatro Barras (24.191), Rio Branco do Sul (37.558) e Wenceslau Braz (19.188). A população dessas cidades chega próximo a 500 mil moradores.
A implantação da tarifa zero pode ser gradativa, começando a atender as pessoas que procuram emprego e acessam às unidades de saúde até alcançar a gratuidade completa. “O acesso ao transporte coletivo já é considerado como um bem universal, como a saúde educação e seu uso reduz acidentes, diminui a pressão no atendimento aos traumas na saúde e a emissão de poluentes no ar”, disse Zé Elias.
“O urbanista Enrique Peñalosa, que já foi prefeito de Bogotá na Colômbia, tem uma frase emblemática que diz muito sobre os desafios que enfrentamos na mobilidade urbana: cidade avançada não é aquela em que os pobres andam de carro, mas aquela em que os ricos usam transporte público”, completou.
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