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Deputados vão a Haddad em defesa dos produtores de leite

O deputado Zeca Dirceu, líder do PT na Câmara, participou nesta terça-feira, 9, em Brasília, de audiência com o ministro Fernando Haddad (Fazenda) em que levou, com um grupo de 47 parlamentares, as demandas do setor leiteiro que pedem ao governo federal, principalmente, a prorrogação do pagamento de financiamentos devido a crise movida, entre outros fatores, pela importação de derivados do leite da Argentina e Uruguai.

Segundo o movimento Pró Leite Nacional, a produção alcança 1,2 milhão propriedades e que o setor passa por uma “grave crise” sem precedentes. Nos últimos anos, o que consta no documento entregue a Haddad, 600 mil produtores de leite saíram da atividade em função da permissão de reidratação do lei pó em 2017, a redução das taxas de antidumping (em 2019) e de importação (em agosto de 2022) de produtos como soro do leite em pó (de 11,2% para 4%) e permitiu a inclusão deste insumo em maior porcentual nos produtos lácteos.

“Os 600 mil produtores são grandes exportadores de soja, milho, carne bovina, frango, entre outros, no entanto, se tornaram importadores de 10% do leite produzido”, aponta o documento.

*Prorrogação*
Ao ministro, os produtores pediram a prorrogação por um ano do pagamento dos financiamentos de custeio com vencimento entre agosto de 2023 a agosto de 2024. E a transferência para última parcela, os financiamentos de investimentos que vencem no período de agosto de 2023 a agosto de 2024.

“A reunião foi muito produtiva. O ministro Fernando Haddad reconheceu e destacou a importância da bacia leiteira do país e orientou os técnicos do Ministério da Fazenda a encontrar a melhor alternativa e solução para ajudar os produtores de leite. Estamos confiantes no atendimento das demandas”, disse Zeca Dirceu.

Segundo os produtores, nos primeiros quatro meses deste ano, o setor já importou três vezes mais leite em pó do que no mesmo período de 2022. “No ano passado, batemos recorde de importação em relação aos últimos anos, ou seja, ano após ano, vemos os volumes importados crescendo”. “Os insumos que utilizamos para fazer a safra passada foram adquiridos com os preços nas alturas e a safra nova só começaremos a utilizar em 2024 principalmente nas regiões do sul do Brasil”.

*Insumos da safra*
O modelo de pecuária leiteira no Brasil trabalha com alimentos armazenados de uma safra para a outra, enquanto a Argentina e o Uruguai (principais concorrentes), têm um modelo de animais a pasto, com a redução dos insumos da safra. “Eles já estão usufruindo dessa redução dos custos dos insumos, enquanto nós estamos consumindo um alimento armazenado cujo custo desse alimento foi tão elevado como nunca visto antes na história”, afirmam.

“Não conseguiremos realizar a armazenagem da próxima safra na mesma quantidade que fizemos em 2022 devido a redução dos preços do leite que já chega em alguns casos a R$ 0,80 por litro de leite”, completam.