O Hospital da Criança de Maringá, na melhor das hipóteses, só deverá estar funcionando 100% em 2026. No final do ano passado completou-se cinco anos do anúncio de que a obra ficaria pronta em 9 meses. O prédio está praticamente pronto há meses, mas existem muitos problemas a serem resolvidos – como a falta no projeto da implantação de uma rede lógica, infraestrutura necessária para que os pontos dos computadores centrais de informação de comuniquem e consigam acessar a internet e seus serviços.
Embora anunciado como voltado ao tratamento de câncer infantil e de crianças com doenças raras, o hospital deverá abrigar inicialmente serviços já existentes em outras unidades de saúde da cidade, possivelmente a partir de março do ano que vem, como antecipado aqui. O uso político-eleitoral do hospital, que teve contratos assinados no ano eleitoral de 2018, deve continuar por mais duas eleições.
Com a previsão de corte de 42% nas verbas da saúde, conforme a proposta orçamentária enviada pelo governo federal, algo em torno de R$ 600 milhões, serão prejudicados eventuais investimentos, compra de materiais e equipamentos pelo Ministério da Saúde. A redução é resultado da manutenção das chamadas emendas de relator, o orçamento secreto, que serve como moeda de troca nas negociações do governo Bolsonaro com deputados e senadores. A iniciativa do hospital foi do deputado federal Ricardo Barros (PP), líder do governo na Câmara Federal.
Apesar das conversas de que seriam investidos R$ 3 milhões para a abertura parcial do hospital em março do ano que vem, quando a prefeitura deve ocupar parte do espaço com serviços já existentes nas unidades básicas e pronto atendimento, teme-se que, por causa dos cortes na saúde, não haja investimento de dinheiro federal nem estadual. A manutenção do hospital, quando (e se) funcionar completamente, deve consumir cerca de R$ 200 milhões anuais.
Fonte:AngeloRigon
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