Com o aumento do número de mortes pelo coronavírus no país, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se reuniu na manhã desta segunda-feira (8) com o CEO Mundial da Pfizer, Albert Bourla. Após o encontro, o ministro Paulo Guedes (Economia) anunciou uma antecipação de 5 milhões de doses da farmacêutica para o primeiro semestre deste ano.
Pela última previsão divulgada pelo governo, o Brasil receberia 2 milhões de doses em maio e outros 7 em junho, totalizando 9 milhões até o fim do semestre e cerca de 100 mi até o fim do ano. Agora, segundo Guedes, 5 milhões das doses previstas para o segundo semestre seriam distribuídas entre maio e junho.
“A grande guerra, como a economia e a saúde andam juntas, é antecipar a vacinação em massa. Conseguimos praticamente uma declaração de que o acordo está fechado”, disse Guedes após a reunião.
O encontro, realizado por videoconferência, foi para discutir detalhes de acordo inicial fechado na semana passada pelo governo brasileiro para adquirir a compra de doses da vacina da empresa farmacêutica.
A reunião, que não estava prevista na agenda do presidente, faz parte de estratégia esboçada pelo Palácio do Planalto para tentar reduzir o desgaste criado por Bolsonaro.
Desde o ano passado, o presidente tem minimizado a pandemia do coronavírus e já questionou a efetividade da vacina Coronavac, desenvolvida no Brasil pelo Instituto Butantan.
Como a Folha mostrou no domingo (7), o governo brasileiro rejeitou no ano passado proposta da farmacêutica Pfizer que previa 70 milhões de doses de vacinas até dezembro deste ano. Do total, 3 milhões estavam previstos até fevereiro, o equivalente a cerca de 20% das doses já distribuídas no país até agora.
A reunião também teve como motivação, segundo aliados do presidente, tentar diminuir a repercussão negativa dessa rejeição.
Do total, 3 milhões estavam previstos até fevereiro, o equivalente a cerca de 20% das doses já distribuídas no país até agora.
No domingo (7), o Brasil registrou 1.054 novas mortes pela Covid-19 e manteve, pelo nono dia seguido, recorde de média móvel de óbitos, com 1.497. O recorde anterior era de 1.455.
Dessa forma, o país completou 46 dias com média móvel acima de 1.000. O número de casos nas últimas 24 horas foi de 79.237.
Com isso, o total de mortes no país chegou a 265.500 e, o de casos, a 11.018.557 desde o início da pandemia.
Desde a semana passada, integrantes do bunker digital do Palácio do Planalto identificaram que diminuiu nas redes sociais a defesa à postura do presidente contrária a medidas de restrição para diminuir as mortes pela doença.
A reação nas redes sociais alarmou a equipe de Bolsonaro, que considerou indispensável apresentar à sociedade uma espécie de prestação de contas sobre o que o governo federal tem feito para reagir às críticas ao presidente.
Informações Banda B.
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