A retomada econômica deve ser rápida e robusta assim que iniciar a campanha de vacinação contra a covid-19, avaliam lideranças de vários setores do empresariado de Foz do Iguaçu. “A expectativa é muito boa e esperada por toda a sociedade. Será mais um passo importante da retomada gradual da cidade, que tem como sua principal atividade econômica o turismo”, disse Adélio Demeterko, diretor executivo do Grupo Cataratas, concessionário dos principais atrativos do Parque Nacional do Iguaçu e do Marco das Três Fronteiras.
A robustez deste novo ciclo, segundo Faisal Ismail, presidente da Acifi, vai acontecer pelo que as famílias, de forma geral, não fizeram no ano passado em relação a lazer, viagens e consumo de bens e serviços, como escolas, entre outros. “Isso fez com que a economia ficasse reservada como uma poupança para que, em algum momento, as famílias voltem a consumir das opções e serviços que a retomada vai oferecer”.
“Isso fará com que neste ano, após a vacinação em massa, a economia volte nos níveis de 2019, com crescimento moderado até final deste ano. Assim esperamos”, completou o presidente da associação comercial e empresarial.
Vacina em escala – Na faixa de fronteira, aponta a Acifi, houve uma discreta movimentação no final deste ano, “Com a vacina em escala também no Paraguai e Argentina, o fluxo de pessoas voltará à normalidade na grande região de Foz do Iguaçu”.
Ismail avalia ainda que Foz do Iguaçu, uma das maiores cidades da região trinacional, será a principal a ter o aumento do consumo em hospedagem, visitação aos atrativos turísticos, áreas de saúde, supermercados, entre outros segmentos do comércio e varejo.
O presidente do Fundo Iguaçu, Enio Eidt, afirma que o primeiro semestre, de janeiro a junho, ainda será parcimonioso e dramático para maioria das empresas de serviços. “a partir de julho já com parte da população mundial vacinada haverá uma retomada mais importante porque Foz e parte da economia dependem dos visitantes dos cinco continentes, consumidores diários de seus serviços”,
Avanço tecnológico – Fábio Prado, empresário do ramo de educação, afirma que a atual época está sendo muito difícil para empresas e instituições, mas que as sólidas e organizadas vão se recuperar mais rápido no pós-vacina. “No nosso caso, trabalhamos com tecnologia e conhecimento internacional para ter outras experiências. Nos preparamos e nos organizando, e acredito que depois de toda a tempestade, sairemos mais fortes e experientes e principalmente com avanço tecnológico muito mais rápido e muito mais forte”.
Mesmo com a pandemia, Fábio Prado disse que é importante ressaltar que mesmo com parte do ano com ensino remoto, os alunos das escolas que administra – “inclusive meus filhos” – conseguiram progredir muito no aspecto pedagógico. “Na área emocional/psicológica foi feito um trabalho específico família a família, aluno por aluno, entendendo as diferenças de realidades, trabalhamos caso a caso”.
“Conseguimos continuar com ensino humanizado e individualizado. E através das parcerias internacionais conseguimos com tranquilidade entender e praticar a educação de ponta com tecnologia”, completou Prado.
Turismo – Dois dados corroboram com a avaliação do empresariado. O fluxo de passageiros no aeroporto internacional em dezembro alcançou 76.765 – volume 14% maior do que o registrado em novembro e melhor marca desde abril. Em relação às chegadas e partidas de aeronaves, o crescimento foi de 25%.
A rodoviária internacional também registrou crescimento de passageiros em dezembro – o terceiro melhor mês do ano, atrás apenas de janeiro e fevereiro. Em relação a novembro, o movimento foi 30% maior, com 50.737 pessoas embarcando ou desembarcando. Os principais atrativos (Parque Nacional do Iguaçu, Marco das Três Fronteiras, Itaipu Binacional e Parque das Aves) registraram um acréscimo de 15% no movimento em comparação com novembro.
A expectativa do turismo é retomar a curto a prazo, dois anos, as duas milhões de visitas registradas em 2019 nas Cataratas do Iguaçu – em 2020, foram 658 mil visitantes (números similares a 2002) – e os R$ 2 bilhões em investimentos privados no setor.
Outro dado importante que demonstra a incipiente retomada. O Porto Seco de Foz do Iguaçu, a maior unidade aduaneira da América Latina, teve o maior movimento da história no último trimestre de 2020. Só em dezembro, mais de 25 mil caminhões passaram pela Ponte da Amizade. O fluxo comercial foi de US$ 4,6 bilhões – US$ 2,5 bilhões de exportações, e outros US$ 2,1 bilhões correspondem às importações.
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