“Devemos aos nossos filhos – os cidadãos mais vulneráveis de qualquer sociedade – uma vida livre de violência e medo” – Nelson Mandela
Chico Brasileiro
É claro, e evidente, que o principal desafio para 2021, ou pelo menos para primeiro semestre do próximo ano, é vencer a covid e ainda começar a sanar as sequelas deixadas pela doença, seja do ponto de vista da saúde, a principal delas, mas também no aspecto social e econômico das milhares de pessoas e famílias afetadas pela pandemia.
A principal solução, acredito que está próxima. Devemos vacinar a população entre fevereiro e março, a começar pelos grupos prioritários, os profissionais de saúde e idosos. É o que preconiza o plano nacional de vacinação do Ministério da Saúde. Portanto, ainda teremos um primeiro semestre de muitos cuidados com a saúde de todos.
Teremos ainda um ano de grande impacto sobre as nossas vidas e esse enfrentamento, como aconteceu até agora, requer a mobilização e a participação de todos os agentes da sociedade numa grande mobilização nacional pela retomada da economia desde já.
Não há mágicas. Os governos nas três esferas (municipal, estadual e federal) devem conduzir, com clareza e discernimento, todo esse processo, com programas, projetos e ações que foquem em objetivos concretos que vão desde ampliação das políticas compensatórias, ao incentivo às empresas, aos empreendedores, e que resultem na criação de empregos em setores estratégicos – o turismo no caso de Foz do Iguaçu – como o do serviços e a construção civil, que dão respostas mais rápidas na abertura de postos de trabalho.
Esse conjunto de ações, como já disse, vai depender da efetiva participação dos parlamentos (legislativos municipal, estadual e federal), das entidades de classe (sindicatos, entidades do terceiro setor, associações e federações) e do setor produtivo. Tenho a absoluta ciência que todos estão no sacrifício, mas sem essa ‘consertação’ em todos os níveis, as respostas serão isoladas, pontuais e não devem atingir o resultado esperado.
Vale lembrar que não teremos, até agora ainda não foi sinalizado, o auxílio emergencial federal de R$ 600 que removeu da extrema pobreza 72% dos domicílios brasileiros e também os R$ 50 do cartão estadual do comida boa.
Os desafios para os prefeitos eleitos e reeleitos serão ainda maiores. Acredito que será a vez do fortalecimento e ampliação dos consórcios intermunicipais nas áreas de saúde, resíduos sólidos, transporte urbano, abastecimento, meio ambiente e de convênios multilaterais com os mais diversos órgãos e entidades.
Em Foz do Iguaçu, apesar do cenário nacional de crise, vivíamos um excelente momento na economia. Havia um crescente número nas visitações turísticas, recorde atrás de recorde, o Parque Nacional do Iguaçu, maior atrativo turístico do Paraná, recebeu 2.020.358 turistas em 2019. A cidade estava superando o grande ciclo do comprismo, qualificando e ampliando seus atrativos, estruturando seus equipamentos para receber bem o visitante. Em dois anos, se projetava mais de R$ 2 bilhões em investimentos privados no setor.
Pelo lado da prefeitura, superamos as notícias e manchetes negativas que atingiram em cheio a cidade em 2015 e 2016, com austeridade e corte nas despesas, implementamos um conjunto de obras sem precedente na história. Temos os maiores programas de asfalto e de habitação do Paraná, atendendo principalmente os bairros e as famílias que sonham com a casa própria. São mais de 280 quilômetros de ruas e avenidas asfaltadas, o que equivale a distância de Foz e Laranjeiras do Sul, e estamos entregando mais mil moradias.
Na educação, construímos 10 novos cmeis (centros de educação infantil), reformamos e ampliamos nove escolas municipais, duas completamente reconstruídas, e a nossa meta é dotar a cidade de 50 cmeis (atualmente são 41), um para cada uma das 50 escolas, implantar o atendimento integral dos zero a três anos e o ensino bilíngue no município.
Na saúde, apesar da pandemia, ampliamos o hospital municipal Germano Lauck e ampliamos número de leitos que antes era em torno 150 para 280. Só no tratamento da covid 19, hoje são 50 leitos de UTI que somados aos do hospital Costa Cavalvanti chegam a 95, temos um novo centro de tratamento de doenças infecciosas, construímos três novas unidades de saúde, além de implantar o telemedicina.
Também implantamos um programa de coleta seletiva que atende integralmente as zonas urbana e rural da cidade e estamos realizando um conjunto de obras de drenagem postergada há tempos e o que vai evitar os problemas de enchentes provocadas pelas fortes e intensas chuvas.
O melhor disso é que a grande parte das obras faz parte de demandas e solicitações apresentadas pelos próprios moradores nas mais diversas reuniões de bairros, através do orçamento participativo.
Outra grande parceira do município é, sem dúvida, com a Itaipu Binacional, que está custeando R$ 1,4 bilhão em obras estruturantes como a segunda ponte entre o Brasil e o Paraguai e a reforma e ampliação do Aeroporto Internacional. Em 2021, teremos a pavimentação da Perimetral Leste, a duplicação da Avenida das Cataratas (BR-469) e a entrega do Mercado Municipal, obra em fase final de construção. A parceria que temos com a Itaipu se estende ainda nas áreas de saúde, turismo, habitação e mobilidade urbana, entre outras.
É claro que os desafios são muitos. E transformar Foz do Iguaçu num canteiro de obras públicas vai contribuir, em muito, na retomada da economia e na criação dos empregos esperados. Todos seguimos nos adaptando à nova realidade, mas a vacinação em massa é necessária para o retorno seguro ao trabalho, o que viabilizará a plena recuperação econômica.
Não haverá saída para as crises econômica, social e sanitária sem vacinação. O investimento feito em equipamentos e leitos de UTI, implantados para tratamento exclusivo da covid-19, ficarão como legado, fácil de se mobilizar caso haja necessidade assistencial de ampliar o atendimento.
Chico Brasileiro é dentista, servidor público municipal, e prefeito de Foz do Iguaçu pelo PSD
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