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Comunidades do MST doam 14 toneladas de alimentos a mil famílias de Guarapuava (PR)

Ação faz parte da campanha “Natal da Reforma Agrária Popular”, que ocorre deste sábado (19) até a próxima quinta-feira (24).

Neste sábado (19), famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de Guarapuava e Pinhão, região Centro-sul do Paraná, doaram 14,5 toneladas de alimentos a mais de mil famílias em situação de vulnerabilidade. As cestas foram distribuídas em Guarapuava, nos bairros Xarquinho, Paz e Bem, Jardim das Américas, Dois Mil e Colibri.

A Ação faz parte da campanha “Natal da Reforma Agrária Popular”, que vai ocorrer entre hoje e o dia 24 de dezembro em todo o Paraná, em solidariedade com quem enfrenta a fome neste período de pandemia. As iniciativas também denunciam o aumento da fome e a falta de políticas públicas de apoio à agricultura familiar por parte do governo Bolsonaro.

Os alimentos foram produzidos e doados pelas famílias do assentamento Nova Geração e acampamento Encontro das Águas, de Guarapuava e pelos acampamentos Nova Esperança, São Francisco de Assis, Filhos da Terra, São Jerônimo, São Domingos, Nova Aliança e Mato Branco, do município de Pinhão. A comunidade de posseiros Alecrim, também de Pinhão, também se somou à ação.

“O objetivo nosso vem desde o início do ano até agora, fazendo a aliança de solidariedade entre os companheiros da cidade e nós, do campo”, explica Nelson Preto, integrante da coordenação do MST e morador do assentamento Nova Geração. A entrega das cestas contou com o apoio do movimento Levante Popular da Juventude e da articulação Periferia Viva.

Em maio deste ano, as comunidades Sem Terra da região já haviam feito uma doação de 54 toneladas de alimentos em Guarapuava, como parte da campanha nacional de solidariedade do MST.

Neste sábado também ocorre a doação de 5 toneladas de alimentos em Paiçandu, região noroeste do estado. Com as ações de hoje, o MST do Paraná chega a 462 toneladas de alimentos partilhados desde o início da pandemia da Covid 19.

Fome no Brasil 

O fim do Auxílio Emergencial, a falta de emprego e de políticas de fortalecimento da agricultura familiar e da produção de alimentos dão sinais de um período ainda mais difícil para a população mais pobre.

Até o final de outubro, mais de 13,8 milhões de pessoas estavam na fila do desemprego, segundo dados do IBGE do final de outubro. Para além disso, o número de desalentados, aqueles que gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho por ter perdido as esperanças de encontrar, chegou a 5,8 milhões de brasileiros, quase 1 milhão a mais que no trimestre anterior.

Em janeiro, a pobreza extrema deve chegar a 10% e 15% da população brasileira, de acordo com projeção do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas.  Com esta estimativa, serão 27,4 milhões de pessoas vivendo em extrema pobreza, o dobro do percentual registrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no início de 2019.

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