A mudança de governo, a agenda de Reformas no cenário nacional e o otimismo dos empresários fizeram com que o ano de 2019 fosse bastante positivo na economia paranaense, na comparação com o ano anterior. Mas as boas notícias não se restringem aos cifrões. O estado também alcançou bons resultados na segurança pública e manteve o destaque nacional em doações de órgãos. Além disso, o Porto de Paranaguá foi o único do país a alcançar autonomia administrativa. Confira alguns dos motivos de comemoração do Paraná em 2019. As informações são de Iara Maggioni na Gazeta do Povo.
*Mais emprego*
Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o Paraná teve saldo positivo de emprego, entre janeiro e novembro de 2019, de 74.075. O número representa um avanço de 10,55% na comparação com o balanço de 2018, quando o saldo de geração de emprego foi de 67.044.
O setor que mais empregou ao longo de 2019 foi o de serviços, que teve diferença de 41.821 entre admissões e desligamentos. Mas a maior variação do período foi verificada na Construção Civil. A variação entre empregos criados e desligamentos foi de 8,37%. Nos 11 primeiros meses do ano foram criadas 96.598 vagas de emprego com carteira assinada, enquanto 85.516 desligamentos foram efetuados.
*Construção Civil*
Os números divulgados em dezembro de 2019 mostram um cenário bastante otimista para a Construção Civil – e alguns números já confirmam as altas expectativas. Segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná (Sinduscon-PR), o ano de 2019 deve fechar com 134 mil funcionários contratados com carteira assinada a mais do que em 2019. O número representa crescimento de 8% em mão de obra.
Para 2020 as projeções também são bastante otimistas: 56% das empresas do setor – e que foram ouvidas pelo Sinduscon – esperam manter o quadro de funcionários, enquanto 40% acreditam que vão contratar mais mão de obra. Apenas 4% dos empresários afirmaram que devem demitir trabalhadores.
*Produção industrial em alta*
O Paraná é o estado que registrou maior crescimento da Indústria ao longo de 2019. A alta foi de 6,9% entre janeiro e outubro, na comparação 2018-2019, segundo números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Dados mais recentes ainda não estão consolidados. A média brasileira foi de queda de 1,1%. O Paraná também obteve destaque na avaliação do acumulado dos últimos 12 meses, ou seja, de outubro de 2018 a outubro de 2019. O crescimento do setor foi de 5,9%, enquanto a média nacional ficou negativa em 1,3%.
No mês de outubro o crescimento da indústria paranaense foi de 9,4%, na comparação com o mês anterior (setembro). Os setores que mais impulsionaram o resultado foram o de produção de veículos automotores, reboques e carrocerias (aumento de 27%) e de alimentos (8,9%). No caso do setor automotivo, esse índice representa a melhor marca desde 2010. O setor de alimentos, por sua vez, alcançou o melhor resultado da série histórica: desde 2002 a indústria alimentícia não apresentava crescimento tão elevado – quase 9%.
*Crescimento do PIB*
Calculado pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), o Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná obteve crescimento de 1% no 3º trimestre de 2019, na comparação com o mesmo semestre do ano passado. O PIB é a soma de todas as riquezas geradas em determinado período de tempo.
O crescimento do ano, no entanto, foi mais modesto, mas também positivo. O acumulado dos três primeiros semestres de 2019 registra alta de 0,13% na comparação com 2018. Projeções do Ipardes apontam que o estado deve fechar o ano com aumento de 0,7% do PIB. Se confirmadas as estimativas, será o segundo crescimento no período dos últimos seis anos. O último ano em que o Paraná apresentou incremento do PIB foi em 2017, quando a economia cresceu 2%.
*Confiança*
Os empresários do comércio do Paraná terminaram 2019 otimistas. Segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC), divulgada pela Fecomércio-PR, o índice de confiança do setor chegou a 127,2 pontos – o maior nos últimos cinco anos.
Também está em ascensão o índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), alcançando 115 pontos, também representando o ápice de perspectivas em cinco anos.
Nos dois casos, os índices do Paraná são superiores aos da média nacional: 125,1 pontos na confiança do empresariado brasileiro e 96,3 pontos na intenção de consumo das famílias.
*Menos homicídios*
O número de homicídios dolosos (com intenção de matar) caiu 16,6% neste ano no Paraná. Segundo os últimos dados da Secretaria de Segurança Pública (Sesp), foram 250 casos a menos entre janeiro e setembro de 2019, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2019, 1.248 ocorrências foram registradas.
Houve redução no número de mortes violentas em 37,3% das cidades do Paraná (149 municípios). Em 106 cidades (26,5%), houve aumento de casos. 175 municípios (43,8%) não registraram nenhum caso de homicídio doloso em 2019.
*Desaparecimentos solucionados*
Todos os casos de desaparecimento de adolescentes e adultos registrados entre janeiro e outubro de 2019 foram solucionados pela Polícia Civil do Paraná. No total, foram 823 boletins de ocorrência (B.O.s) registrados no período. Os casos são englobam vítimas a partir dos 12 anos de idade.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp), entre 2013 e 2018 foram 6.162 registros de desaparecidos. Destes, 5.751 (96,3%) foram solucionados. Estão em aberto 411 B.O.s, 3,7% do total de casos.
*Doação de órgãos*
O Paraná bateu recorde de doações efetivas realizadas em um mês. Em novembro, foram 66 doações efetivas. A melhor marca até então havia sido batida em abril de 2018, quando 61 doações foram efetuadas. A média mensal de doações no Paraná é de 39, segundo dados do Sistema Estadual de Transplantes.
Atualmente, o Paraná é líder no número de transplantes de rim, com uma média de 52,3 doadores por milhão de população (pmp), enquanto a média nacional é de 29,5 pmp.
*Autonomia no Porto*
O Porto de Paranaguá e Antonina foi o primeiro do país a ter autonomia de gestão portuária. A autorização foi dada pelo Ministério da Infraestrutura, em agosto. Com a mudança, os Portos do Paraná podem licitar terminais, fazer a gestão de contratos com empresas parceiras e fiscalizar operadores. Na prática, a administração pode tomar as próprias decisões, sem depender de aprovação de Brasília a todo tempo.
- A autonomia foi conquistada porque a administração do terminal apresentou bons índices de gestão portuária. Conforme estabelece a Lei dos Portos de 2013 e uma portaria publicada no final de 2018, terminais que possuem nota superior a 8 no Índice de Gestão da Autoridade (IGAP) podem comandar seus próprios processos. A nota dos Portos do Paraná é 8.5.
Deixe um comentário