Fábio Aguayo
Passados quase 10 dez anos do desabafo do eterno prefeito de Curitiba Jaime Lerner, em artigo na Revista Ideias (link), em defesa de nossa categoria e pelo simples uso de forma ordenada da calçada, pouca coisa ou quase nada mudou.
Agora, já em 2019, a novela se repete mais uma vez e nos deparamos com a batalha do Paraguassu, que simbolizou a luta do setor, agora em sua segunda versão. Os estabelecimentos como toda a categoria, estão sofrendo um ataque sem precedentes e colocando em risco a sobrevivência igual o Tsunami pós-Boate Kiss.
Mesmo com tudo jogando contra, estamos liderando a geração de emprego e renda no país. No entanto, muitos estabelecimentos não resistem mais a pressão/perseguição, em alguns casos injustas, a nossa categoria. Em decorrência disto, estão demitindo gente ou se não fechando as portas, por excesso de fiscalização nunca vista igual em nenhuma atividade econômica, contrariando a política federal de apoio à liberdade econômica.
Os exemplos são vários. Um deles podemos citar o próprio Paraguassu Grelhados, que estranhamente não para de receber visitas constantes e fora do padrão. Nestas horas, fazendo jus a lei de abusos de autoridades.
O estabelecimento já teve de fechar 18 postos de trabalho e a Prefeitura quer reduzir mais ainda sua capacidade de atendimento aos clientes em um ambiente que só abre para o almoço nos finais de semana.
Importante ressaltar que coincidentemente o Paraguassu está em uma rua sem saída, sem tráfego pesado ou constante de pedestres ou nenhum outro apelo de intervir ou obstruir a via pública, somente de poucos moradores, já que muitos utilizam carros na saída de seus prédios e casas e tentam colar regras rígidas neste local com peculiaridade e tradição ímpar na cidade.
O que nos impressiona mesmo é a falta de modernização de leis e atos, especialmente com toda a tecnologia a disposição para conferir ou auferir as documentações. Preferem o espetáculo do constrangimento aos empresários, clientes e turistas.
Estamos vivendo uma crise econômica sem precedentes, onde até bancos do poderoso sistema financeiro estão fechando para diminuir custos. Em Curitiba e no Paraná, barzinhos ou restaurantes, que lutam incansavelmente para sobreviver, conseguem gerar empregos mais que fábricas e indústrias.
Os últimos levantamentos dos órgãos oficiais de pesquisa, como o IBGE, demonstram que nosso setor é o que mais gera empregos no país que tem 13 milhões de desempregados, especialmente aqui no Paraná. Não temos política de incentivo, mas somos os que mais geramos tributos em toda a cadeia.
O setor de gastronomia e entretenimento precisa ser mais valorizado e respeitado, se querem combater os maus, que foquem neles, não de forma generalizada.
Nosso apelo é que devolvam o assento cativo de número 33 e o local de sua mesa preferida ao eterno prefeito Jaime Lerner, que sempre soube valorizar o nosso setor e o turismo.
* Fábio Aguayo é presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar/SindiAbrabar)
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