Noventa e seis novos peritos foram nomeados pelo Governo do Paraná na tarde desta segunda-feira (22). Porém, conforme o Sindicato dos Peritos Oficiais e Auxiliares do Paraná (Sinpoapar), esse número não é suficiente para resolver as 48.669 requisições de diferentes tipos de perícia que estão paradas no estado. As informações são do G1.
O presidente Sinpoapar, Paulo Roberto Estocco Zempulski, disse que a categoria está contente com a contratação, mas que as contratações não resolvem o problema do estado.
“Claramente isso não vai resolver o nosso problema porque, pra se ter uma ideia, a Polícia Militar (PM) trabalha com 65% do efetivo dela em lei, a Polícia Civil com 48%. Nós, antes desse concurso estávamos trabalhando com 28% do efetivo, agora, com a nomeação, fomos pra 35%. Ou seja, ainda estamos muito abaixo das outras forças policiais”, disse Zempulski.
Com as nomeações, o Paraná passa a ter 379 peritos.
Zempulski afirmou que essas perícias paradas significam investigações travadas no estado. Dos mais de 48 mil pedidos de perícia, 42 mil foram feitos em Curitiba. Seguido de Cascavel, no oeste do estado, com 1.909, e Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, com 1.458.
Essa fila reflete diretamente na sociedade, que terá que esperar mais tempo para conclusão de um processo criminal, por exemplo. O presidente do Sinpoapar lembrou também que perícias paradas podem deixar inquéritos policiais sem solução.
Segundo o governador Ratinho Junior (PSD), as contratações fazem parte de um trabalho de reorganização da Secretaria de Segurança Pública, inclusive da parte de investigação.
“É a maior contratação da história que nós estamos fazendo hoje. Sempre é necessário mais investimentos, mas nós estamos repondo aquilo que não foi feito nos últimos anos. Então, é só o início para que consigamos, dentro do possível, repor e reconstruir toda a secretaria de segurança, que é fundamental para levar mais tranquilidade para a população”, comentou.
Conforme o governador, os novos peritos vão passar por qualificação de 90 dias antes de serem distribuídos para as unidades da polícia científica em todo o estado.
Serão 62 são peritos criminais, 29 são médicos legistas, 1 é odontolegista, 2 são toxicologistas e os outros dois são químicos legais.
Filas para perícia
Conforme o sindicato, as requisições pendentes envolvem:
Química – 20 mil;
Informática – 9 mil;
DNA – 7.472;
Localísticas em execução – 2.055;
Balística – 1,5 mil;
Toxicologia – 950;
Documentoscopia – 720;
Localística (abertas e não distribuídas) – 500;
Identificação veicular – 146.
Casos emblemáticos no estado dependem de perícia para conclusões, como a investigação sobre a morte da miss Altônia, no noroeste, Bruna Zucco, em março do ano passado, e a série de crimes que deixou 12 mortos e 14 feridos em Londrina, no norte, em janeiro de 2016.
Esse tipo de serviço é realizado pela Seção de Computação Forense do Instituto de Criminalística, que tem laboratórios em Curitiba, em Londrina e Maringá, ambas no norte do estado, e em Francisco Beltrão, no sudoeste.
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