A onda de violência em bares e restaurantes do Paraná, motivada pelo radicalismo nas discussões política, tem sido motivo de preocupação da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar). As notícias envolvendo casos de agressões banais por pontos de vista ideológicos diferentes, brigas, ferimentos a bala e de arma branca (faca), ganham diariamente as manchetes dos veículos de comunicação.
“Todos sabem que bares e restaurantes sempre foram os redutos mais democráticos do país, depois das praias, logicamente. Ambientes em que convivem diversas classes sociais e opiniões”, explica o presidente da Abrabar, Fábio Aguayo. “Entre as conversas haviam debates sobre política, religião e futebol, naturalmente, e até com mais respeito que os próprios templos, púlpitos da casa do povo ou no entorno e dentro dos estádios”, ressaltou.
A onda negativa, na avaliação de Aguayo, começou no período pré-impeachment e se consolidou após a cassação da ex-presidente Dilma. “Isso ficou muito claro em vídeos nos restaurantes, onde pessoas começavam a abordar e gritar com políticos ou artistas, oponentes a sua ideologia, transformando o ambiente sociável e de respeito, em arenas de ignorância”, emendou o presidente da Abrabar.
“Ultimamente, a política tem causado desarmonia em nossos ambientes de bares. Nem mesmo a paixão pelo futebol tem causado tantas notícias negativas de ignorância e desavenças por ideologia política, causando mortes e espancamentos, seja na Bahia, Pernambuco ou em quaisquer rincões de nosso País”, lista Aguayo.
A preocupação da Abrabar, de acordo com ele, é resguardar a tradição democrática dos ambientes, com paz e respeito nos estabelecimentos. “Resgatando o debate saudável da política, em que há muito tempo já pacificamos na religião e no futebol e devido à ignorância e o analfabetismo político tem nos tirado a paz e a nossa neutralidade, há tempos conquistada”, disse.
“Os políticos e os partidos têm culpa disso, pois criaram militantes do ódio e da falta do bom senso”, ressaltou Aguayo. Que completou: “Nossa luta é a favor do respeito em nossos ambientes, seja quem for seu partido, porque não tomamos partido, só goles em busca de racionalidade e bom senso, para acalmar o coração e a falta da razão”.
Foto: Arquivo/Google
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