“A corrupção desequilibra as disputas eleitorais em favor dos corruptos.” Quem afirma é o procurador da República Deltan Dallagnol. “Uma vez reeleitos, mantêm ou aumentam seus esquemas, gerando mais propinas, o que nos coloca num círculo vicioso”, completa o coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba. As informações são de Ricardo Brandt no Estadão.
Desde que a Lava Jato virou modelo no enfrentamento à impunidade no Brasil, Dallagnol passou a viajar o País para palestras em que promove o combate à corrupção.
O fim do foro privilegiado, a criminalização do caixa 2 de campanhas, maior agilidade nos processos judiciais são bandeiras erguidas por ele nesses eventos. Neste ano, o foco são as eleições 2018. Para Dallagnol, o eleitor precisa fazer sua parte no combate à corrupção.
“Enquanto houver grandes incentivos para a prática da corrupção nos ambientes político e empresarial, continuaremos perdendo”, disse o procurador.
Na última semana, ele esteve no Nordeste para participar de eventos e entre um aeroporto e outro concedeu entrevista exclusiva ao Estadão.
Nela, Dallagnol defendeu a eleição de políticos com ficha limpa, comprometidos com o combate ao colarinho branco e com a realização de reformas “que façam com que o crime de corrupção não compense mais no Brasil”.
Dallagnol tem ajudado a promover as Novas Medidas Contra a Corrupção, 70 propostas de alterações legais e medidas que servem para atacar a corrupção em 12 frentes. Fruto do trabalho de entidades da sociedade civil organizada, como a Transparência Internacional, e instituições como a Faculdade Getúlio Vargas (FGV), o movimento batizado de Unidos Contra a Corrupção reúne apoiadores das propostas em seu site, unidoscontraacorrupcao.org.br.
“Precisamos que o brasileiro se manifeste contra a corrupção por meio do voto consciente. Isso independe de partido político ou de ser conservador ou liberal.”
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