O nono dia de greve dos caminhoneiros no país começou com alguma melhora no Paraná. Depois que as Polícias Rodoviária e Militar escoltaram caminhões-tanque na saída da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), que fica em Araucária, os postos de combustíveis de Curitiba começaram a ser reabastecidos. As informações são de Giulia Fontes na Gazeta do Povo.
Os transtornos causados pela paralisação vão desde a suspensão do transporte coletivo até o cancelamento de aulas, passando pela dificuldade em encontrar alguns alimentos. De acordo com o Major Mário Garcez, da Defesa Civil do Paraná, a prioridade do governo do estado para esta terça-feira (28) é fazer com que combustíveis e gás de cozinha cheguem às cidades do interior do estado.
Desde segunda, 178 caminhões, com 5,3 milhões de litros de combustível, foram liberados. “Foi acordado com o movimento que esses caminhões passarão livremente, mesmo que não estejam identificados com os adesivos da Defesa Civil”, afirma.
Ele se refere aos resultados de uma reunião, realizada na última segunda-feira (28), entre a governadora Cida Borghetti (PP) e lideranças dos caminhoneiros. Entraram no acordo somente as cargas de gasolina, etanol e gás de cozinha. Outros tipos de cargas continuarão sendo interditadas nos bloqueios realizados pelos grevistas.
Para garantir a passagem dos caminhões, o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Lojas de Conveniências do Estado do Paraná (Sindicombustíveis) conseguiu, na Justiça, liminares para o desbloqueio de centros de distribuição em Londrina, Curitiba, Maringá e Guarapuava. O sindicato representa 900 dos 2.400 postos de combustíveis do Paraná.
No final da semana passada, o governo do Paraná já havia fechado um acordo com os grevistas para que cargas prioritárias fossem liberadas dos bloqueios. Por isso, desde sexta-feira (25), 2.137 caminhões com cargas vivas, ração animal, insumos hospitalares, alimentos para presos, leite e combustíveis para viaturas passaram pelos manifestantes, identificados com um adesivo da Defesa Civil.
Segundo o Major Garcez, a liberação desses veículos vem acontecendo sem maiores problemas. “Em muitos locais, especialmente nas regiões Oeste e Sudoeste do estado, os caminhões estão passando mesmo sem o adesivo”, diz.
No início da operação, segundo o governo, houve dificuldades em alguns pontos. No Norte e Noroeste do estado, de acordo com a Defesa Civil, a polícia teve de intervir para que as cargas prioritárias pudessem passar. Noventa caminhões precisaram de escolta policial. “Foram casos pontuais, bem no início da operação. Agora a situação está tranquila”, afirma o major.
De acordo com a Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), entretanto, há registros de caminhões apedrejados ao tentar passar pelos bloqueios, mesmo com os adesivos da Defesa Civil. Os casos aconteceram nos Campos Gerais, com cargas de leite das cooperativas da região, e também em Cascavel, no Oeste do estado.
O presidente do Sindicato dos Caminhoneiros de São José dos Pinhais e secretário da Federação Nacional dos Transportadores, Plínio Dias, afirma que os manifestantes estão sendo orientados a deixar passar os caminhões com os adesivos da Defesa Civil e também os de combustíveis. Segundo ele, os casos em que esse tipo de carga é barrado envolve pessoas “infiltradas no movimento, que não são caminhoneiros”.
Nos próximos dias, a prioridade do governo é liberar cargas de insumos para a produção de ração animal.
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