Gilmar Cardoso
“Mãe, três letras apenas, mas com um sentido profundo. Céu, também só tem três letras, no entanto, é a redenção do mundo!”
Compartilho com o pensamento do Padre Zezinho-scj, à respeito da celebração do Dia das Mães, de que para homenageá-las, é difícil achar palavras novas…Quase impossível dizer mais do que já foi dito…E não faz sentido reprisar poemas.
Sobre as mães já se esgotaram todas as palavras bonitas. No entanto, entra ano e sai ano, em algum improvisado palco, em púlpitos, em salões do mundo, em emissoras de rádio e televisão, no dia das mães, alguém dirá, outra vez,a palavra mãe ,mãe, mãe , mãe…como se diz Pai Nosso e Ave Maria, como se repetem rosários e ladainhas e mantras, As mães ouvirão, emocionadas ou serenas, o cantar, os beijos, as homenagens de filhos e marido, receberão, encantadas, os presentes, e, lá no fundo de seu coração materno, a maioria delas dirá que valeu a pena.
Mas só elas saberão o que significou a sublime renúncia de ser mãe.
O Dia das Mães também é uma data para reflexão, oração e saudade, para os filhos e filhas que têm a imagem, exemplos, lições e ternura dessa Mulher amável, meiga, terna, amiga e com singular bondade, não mais fisicamente, mas presente na cabeça e no coração, pois no Céu ela tem muito mais espaço para cobrir de bênçãos a cada um dos seus amados.
Para elas, Carlos Drummond de Andrade – o poeta maior – cantou no poema “Para Sempre” – Por que Deus permite que as mães vão-se embora? Mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não apaga quando sopra o vento e chuva desaba, veludo escondido na pele enrugada, água pura, ar puro, puro pensamento. Morrer acontece com o que é breve e passa sem deixar vestígio. Mãe, na sua graça, é eternidade. Por que Deus se lembra – mistério profundo – de tirá-la um dia? Fosse eu Rei do Mundo, baixava uma lei: Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto de seu filho e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho.
Agonizando na cruz do calvário, antes de entregar ao Pai celestial o seu espírito; Jesus – o Cristo, num gesto de preocupação com o futuro de Maria, a sua Mãe terrena, buscou força e inspiração para dizer a João, o discípulo amado: – Amigo, eis aí a tua mãe. – e voltando o olhar para a Mãe: – Mulher, eis aí o teu filho!
Mãe que é mãe se cansa, mas descansar, não descansa!
Cremos que há algo nas mulheres que lembra Deus! Sua ação é vida: tornou-se gente; caminha com a gente; sofre, chora, consola, perdoa, anima, renova e santifica. Amor-doação, dado de graça. Amor grande demais. Deus é Mãe!
Concluo com o evangelizador, Padre Zezinho, nos versos da canção – Desculpa, mãe! – DESCULPA-ME, DEPOIS DE TANTO TEMPO/ PORQUE TE MAGOEI AQUELA VEZ /DESCULPA-ME POR TANTOS CONTRATEMPOS/ QUE A MINHA REBELDIA TE CAUSOU/ DESCULPA, MINHA MÃE, POR NÃO TER DITO UM DEUS TE PAGUE/ DESCULPA, MINHA MÃE, POR NÃO SABER TE AGRADECER/ DESCULPA, PELAS FALTAS DE RESPEITO/ DESCULPA ESTE TEU FILHO QUE CRESCEU/
O TEMPO CAMINHOU DEPRESSA E APESAR DOS MEUS DEFEITOS/ ACABEI VIRANDO ALGUÉM. TEU / CORAÇÃO NÃO TINHA PRESSA/ SABIA QUE EU IRIA ME ENCONTRAR/ AGORA QUE EU ACHEI, PROCURO A MÃE QUE EU TIVE/ PARA DAR-LHE UM BEIJO AGRADECIDO/ E ATRASADO, MAS FELIZ/
DESCULPA-ME MAMÃE, PELA DEMORA IMENSA/ LEVA-SE UMA VIDA PARA ENTENDER O QUE É TER MÃE….
GILMAR CARDOSO, advogado, poeta, membro do Centro de Letras do Paraná, membro fundador da cadeira nº 1 da Academia Mourãoense de Letras
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