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TSE marca acareação entre delatores da Odebrecht

herman-benjaminO ministro Herman Benjamin, relator da ação que pede a cassação da chapa formada por Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB), marcou para sexta-feira (10) uma acareação entre Marcelo Odebrecht, ex-presidente e herdeiro do grupo, Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Internacionais, e Hilberto Silva Mascarenhas, ex-funcionário do setor de operações estruturadas, responsável por pagamentos ilícitos da empresa. As informações são de Bela Megalee Letícia Casado na Folha de S. Paulo.

Cláudio Melo Filho fará a acareação em Brasília, no TSE (tribunal Superior Eleitoral), e Marcelo Odebrecht e Hilberto Mascarenhas por meio de videoconferência.

O objetivo de Benjamin, segundo a Folha apurou, é esclarecer contradições que apareceram nos depoimentos que os três ex-executivos concederam nos últimos dias à Justiça Eleitoral.

A mais polêmica delas é referente à participação do presidente Michel Temer em um jantar em 2014 no Palácio do Jaburu, sua residência oficial, em Brasília, em que foi discutido doação para o PMDB.

Na versão de Marcelo Odebrecht em audiência na quarta-feira (1), ele afirmou ter se encontrado com Temer durante tratativas para a campanha de 2014, mas negou acerto com o peemedebista de um valor para a doação.

O empresário relatou que não houve um pedido direto do então vice-presidente da República para a doação de R$ 10 milhões ao PMDB.

Ele disse ainda que as tratativas para a doação ao PMDB foram feitas entre o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho.

Em depoimento à Justiça Federal na noite segunda (6), cinco dias depois de Marcelo, Melo Filho reafirmou que Temer pediu “apoio financeiro” da empreiteira ao partido no jantar realizado no Jaburu.

O ex-executivo, no entanto, afirma que Marcelo comunicou, na presença de Temer, que faria a doação do valor de R$ 10 milhões, sendo R$ 6 milhões para a campanha de Paulo Skaf ao governo do Estado de São Paulo.

Melo Filho repetiu a mesma versão da sua delação premiada. Segundo o documento, no encontro ficou definido o repasse de R$ 10 milhões da empreiteira ao PMDB.

“Eu participei de um jantar no palácio do Jaburu juntamente com Marcelo Odebrecht, Michel Temer e Eliseu Padilha. Michel Temer solicitou, direta e pessoalmente para Marcelo, apoio financeiro para as campanhas do PMDB no ano de 2014.”

Envolvidos na ação afirmaram à reportagem que Hilberto Silva Mascarenhas foi convocado para esclarecer o valor de doações a candidatos à presidência em 2014. Segundo a Folha apurou, ele trouxe uma cifra cerca de R$ 50 milhões mais alta que a apresentada por Marcelo Odebrecht.

A convocação de Hilberto Silva se daria também para esclarecer pagamentos de caixa dois da Odebrecht, como o realizado para o marqueteiro Duda Mendonça, que trabalhou na campanha de Paulo Skaf em 2014.