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Um sindicato quer liderar a oposição

Um sindicato quer liderar a oposição

Ademar Traiano

O governo do Paraná depositou, no último dia 31, junto com o pagamento de janeiro, os valores da implantação das promoções e progressões dos professores e funcionários. São 75 mil beneficiários, só entre os professores e servidores de escolas.

Uma realidade bem diferente da vivida pela maioria dos estados brasileiros, em especial, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, onde salários estão atrasados e o décimo-terceiro parcelado. Alguém poderia imaginar que os professores paranaenses estão felizes. Ledo engano.

Os professores do Paraná (liderados pela APP Sindicato, com conhecidas ligações com o PT), já promoveram este ano uma invasão a Secretaria da Educação, diversas ocupações de núcleos regionais da educação e se movimentam, sempre seguindo comando da APP, para iniciar o ano letivo com uma greve.

A explicação para essa hostilidade raivosa a um governo que concedeu os maiores aumentos e reposições salariais da história aos professores e que mantém salários em dia, adianta o décimo-terceiro e implanta progressões, pode ser entendido com a leitura de uma reveladora reportagem da Gazeta do Povo do último dia 27. Ela diz, já na manchete: “Professores se sustentam como o maior foco de oposição a Richa”.

Quando o objetivo de um Sindicato não é a busca de melhores condições de trabalho e remuneração a categoria, mas liderar a oposição a um governo, tudo ganha sentido. As intermináveis greves, as ocupações, e os conflitos.

Tudo é parte de uma estratégia política que não leva em conta os interesses reais dos professores, mas as metas políticas de uma ideologia e de um partido. Lamentável, mas real. Quem sai perdendo, como sempre, são os alunos e a educação.

Ademar Traiano é deputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa do Paraná e presidente do PSDB do Paraná