A eleição para a Mesa Diretora do Senado, que acontece nesta quarta-feira (1º), não definirá apenas quem será o novo presidente da Casa – e, consequentemente, o novo presidente do Congresso Nacional. O processo também decidirá quem serão os senadores que ocuparão cargos-chave no funcionamento do Senado. Uma divisão dentro do PT ainda deixa dúvidas sobre a partilha dos principais cargos da Mesa e das comissões.
Tradicionalmente, a eleição segue a regra de proporcionalidade das bancadas dos partidos. Neste caso, o PMDB, que tem a maior bancada, deverá indicar o senador Eunício Oliveira (CE) para a presidência. O PSDB, que tem o segundo maior número de senadores, indicará Cássio Cunha Lima (PB) para a primeira vice-presidência. Assim, caberia ao PT, terceira maior bancada, indicar um nome para ocupar o próximo cargo, a primeira secretaria. No entanto, a maior parte da bancada petista não quer compor uma chapa com o senador Eunício Oliveira porque ele fez parte do grupo favorável ao impeachment de Dilma Rousseff.
Assim, o PT poderia apoiar o senador José Medeiros (PSD-MT), que lançou candidatura avulsa à presidência do Senado, ou ainda lançar um candidato próprio para marcar posição. Neste caso, no entanto, o partido estaria ferindo a regra da proporcionalidade e poderia ficar de fora, não só da composição da Mesa Diretora, mas também das presidências das comissões permanentes do Senado. A definição sobre as escolhas dos partidos, também segundo a proporção das bancadas, para a presidência de cada comissão deverá ocorrer somente na próxima semana, após a eleição da Mesa.
Para evitar que os membros da bancada petista percam posições de destaque, os senadores Humberto Costa (PT-PE), Jorge Viana (PT-AC), José Pimentel (PT-CE) e Paulo Rocha (PT-PA) tentam convencer os demais colegas a fecharem acordo pela eleição de Eunício Oliveira. A decisão da bancada deve sair ainda hoje, mas a tendência é que eles sejam voto vencido.
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