Após passar dois meses na cadeia e fazer acordo de delação premiada, o ex-vereador de Americana (SP) Alexandre Romano (PT), o “Chambinho”, retomou o hábito de saborear vinhos e divulgá-los em rede social. Antes de ser preso pela Lava-Jato, ele consumia uma média de 12 garrafas por mês, ao custo médio de R$ 538 cada, segundo levantamento do Correio Braziliense. Agora, só experimentou quatro vinhos, bem mais baratos, ao custo médio de R$ 158. Em um período de menos de quatro meses, o advogado de 40 anos gastou mais de R$ 12 mil em vinhos, a maior parte antes de ser preso.
Chambinho afirma ter feito parte de um esquema que repassou parte das propinas obtidas com servidores endividados no crédito consignado para o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo e a mulher, a Senadora Gleisi Hoffman (PT-PR), e dois ex-tesoureiros do Partido dos Trabalhadores, Paulo Ferreira e João Vaccari Neto, ambos presos. Todos negam as acusações.
Em agosto, o juiz da Lava-Jato no Paraná, Sérgio Moro, determinou sua prisão. Ele ficou encarcerado até outubro, após fechar o acordo de colaboração premiada. Este ano, a partir de junho, retomou a publicação de vinhos. Mais comedido, gastou só R$ 475 em quatro garrafas. Os dados foram compilados pelo Correio em 7 de julho. Quatro dias depois, porém, o perfil de Chambinho não podia mais ser visto na rede social.