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Fruet demite professores nas escolas municipais e reduz classes especiais

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O prefeito Gustavo Fruet (PDT) mandou demitir os professores que atuam, por contratos temporários, como agentes de leitura nas bibliotecas, apoios nos centros municipais de atendimento especializado e articuladores em 37 das escolas integrais da rede municipal de ensino de Curitiba. Com informações de Vivian Faria na Gazeta do Povo desta sexta-feira, 15.

Os cortes, anunciados no último dia de aula do primeiro semestre, provoca protesto. Segundo o sindicato do magistério, já existe a necessidade de reposição de servidores sem considerar os cortes. “Em torno de 400 professores já se aposentaram na educação municipal esse ano. Além disso, existe um buraco na educação física de 130 professores”, diz Gabriel Conte, diretor do sindicato.

Para professores, as medidas são um retrocesso. “O articulador deu garantia para que a criança ampliasse a educação no período integral de forma dinâmica e diversificada. Além disso, ele é uma figura de referência para a criança”, diz a pedagoga Cristiane Bianchini, que trabalha na Escola Municipal Anísio Teixeira. Para Cristiane, o articulador é um dos poucos profissionais nas escolas integrais que trabalha 40 horas e consegue acompanhar as crianças durante todo o período.

Outra professora, que atuava como agente de leitura e preferiu não se identificar, revelou que o medo é que a bibliotecas não fiquem abertas o tempo todo ou que o trabalho seja repassado a profissionais com laudo médico que, devido a condições de saúde, não consigam atuar como agentes de leitura.

Classes especiais também sofrem redução

O número de classes especiais, aquelas ofertadas nas escolas regulares para alunos com déficits cognitivos, também será menor no segundo semestre. Das 98 classes existentes na primeira metade de 2016, 11 deixarão de existir. Os alunos que precisam desse atendimento diferenciado serão transferidos para outras turmas e os professores serão realocados para outras turmas ou funções nas escolas.

A novidade preocupa alguns pais, como Daniele e Renato Cerri. Até o último dia de aula do primeiro semestre, o filho do casal, Giliard, que tem 10 anos e déficit de atenção, frequentava a escola em período integral, participando do contraturno durante a manhã e indo para a classe especial durante a tarde. Com o fechamento da turma da tarde, os pais temem que Giliard deixe de ter o atendimento integral.

“Foi a própria escola que pediu que nós fôssemos atrás de médico especializado, um neurologista, para ver o que ele tinha. Conseguimos o médico pelo convênio da empresa e o médico falou que ele tinha que ter contraturno para ter mais reforço na aula. Agora chegamos na escola antes das férias e a diretora falou que não vai ter mais”, conta o pai. Segundo Daniele, a informação recebida é de que não haveria vaga no contraturno da manhã.

Eles se preocupam também com o número de alunos na nova turma. “Com menos, a professora, que é especializada, já não dá conta. Com mais alunos vai ficar ainda mais difícil”, diz a mãe. A classe de Giliard contava com sete alunos e no segundo semestre deve contar com 13.