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Aprovação de Dilma e Richa desce ao pior índice no Paraná

Aprovação de Dilma  e Richa desce ao pior  índice no Paraná

Gazeta do Povo

Governador atingiu quase 85% de desaprovação e a petista, 87%, segundo levantamento do Paraná Pesquisas

O fim do primeiro semestre do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff (PT) e do governador Beto Richa (PSDB) é marcado por uma imagem ruim entre os paranaenses. Ambos governantes atingiram os piores porcentuais de avaliação no estado: ele, com quase 85% de desaprovação; e ela, batendo os 87% de avaliação negativa, conforme levantamento do Instituto Paraná Pesquisas.

Os números negativos chegaram a superar os alcançados pela petista e pelo tucano em fevereiro, quando ambos tiveram um decréscimo acentuado nas avaliações dos eleitores do estado em comparação com pesquisas feitas em períodos anteriores. Dilma decaiu quase quatro pontos porcentuais em aprovação desde fevereiro, enquanto Richa sofreu o decréscimo de sete pontos nos quatro meses.

A visão dos paranaenses sobre o início do segundo mandato continua negativa: para 81% dos eleitores do estado, a gestão Richa tem sido pior do que se esperava – índice nove pontos porcentuais maior que em fevereiro. Dilma seguiu no mesmo fluxo negativo: entre os paranaenses, apenas 3% acreditam que o governo da petista está sendo melhor do que o esperado – 82% creem que está sendo pior, enquanto 14% consideram igual ao esperado.

Economia
A conjuntura econômica nacional é apontada como um dos motivos para a imagem ruim dos governantes nesse início de segundo mandato. A crise obrigou ambos a apertarem os cintos nas contas e os eleitores se depararam com inflação e aumento na conta de luz no estado. “Ambos também venderam uma imagem diferente da real durante a campanha, o que acabou não se refletindo neste ano, quando a população começou a se dar conta da situação”, diz o cientista político do grupo Uninter Helio Godoy.

O noticiário nacional repleto de denúncias também respingou na avaliação dos paranaenses sobre o tucano e a petista. A Operação Publicano, que apura desvios na Receita Estadual em Londrina – e envolve um parente de Richa –, e a Operação Lava Jato, que vem ampliando o leque de investigações sobre desvios na Petrobras, foram determinantes para a imagem negativa de ambos. “Nenhum consegue sair do noticiário policial”, diz Murilo Hidalgo, diretor do Paraná Pesquisas.

Como apontam os especialistas, o “inferno astral” de Richa possui um componente a mais: a queda de braço com os professores do estado, que culminou na chamada “batalha do Centro Cívico”, em 29 de abril. Mesmo entre os que votaram no governador, o índice de confiança está muito abaixo em comparação com o final do ano passado: apenas 23,5% dos entrevistados disseram que manteriam o voto se as eleições fossem hoje.

Especialistas consultados pela reportagem não descartam a possibilidade de a avaliação de Dilma Rousseff (PT) e Beto Richa (PSDB) cair ainda mais nos próximos meses. Para o diretor do Instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, e o cientista político do grupo Uninter Helio Godoy, uma subida nos números só acorrerá em médio e longo prazos.

“Apesar de serem políticos de lados opostos, hoje, no Brasil, ambos são os que mais se assemelham: passam por crises de caixa, estão tendo dificuldades de relacionamento com o Legislativo e estão acostados por denúncias”, afirma Godoy, que acredita estar na recuperação econômica a principal solução para a queda de popularidade dos governantes. Para Hidalgo, é preciso começar a construir uma marca que ajude a apagar a imagem ruim dos primeiros seis meses de segundo mandato. “Durante todos esses anos, a imagem do Beto Richa foi melhor que a do governo. Agora, é a vez de a imagem do governo se sobressair sobre a do governante.”