Para algumas regiões do Brasil, o programa de investimentos estruturais de R$ 200 bilhões anunciado pelo governo federal provocou mais decepção do que euforia. É o caso do Oeste do Paraná e do Mato Grosso do Sul que há muito aguardam a tão propalada ferrovia entre Maracaju (MS) e o litoral paranaense. A surpresa é de que esse traçado da Ferroeste foi simplesmente ignorado pela União. As informações são d’O Paraná.
Produtores e líderes interpretam o abandono da obra de várias formas. Para alguns, o atual governo desconhece sobre a dimensão e as reais necessidades e urgências estruturais do País e, para outros, a medida faz parte de um amplo pacote de retaliações ao Governo do Paraná, estado que há décadas é um dos principais celeiros nacionais. O presidente da Caciopar, Sérgio Marcucci, diz que a atitude da União é lamentável.
A extensão da Ferroeste não é, segundo Marcucci, uma obra importante apenas para o Paraná e o Mato Grosso do Sul, além de parte do Paraguai. Ela é estratégica para o Brasil, afirma ele. O presidente da Caciopar lembra que o agronegócio, há anos é responsável por manter superavitária ou no mínimo equilibrada a balança comercial brasileira e, por isso mesmo, deveria receber tratamento muito mais responsável.
Cerca de 35% do PIB vem do campo, que precisa de suporte financeiro na hora certa, de regras claras, de infraestrutura e de logística para se manter competitivo em um mercado altamente acirrado.
O presidente da Faciap, Guido Bresolin Júnior, entende a atitude da União como uma retaliação que faz mal ao Paraná e ao Brasil. “Há coisas que estão muito acima do interesse de uns poucos, porque envolvem o presente e o futuro de um país inteiro”. Na opinião de Guido, os senadores e os deputados de representam o Paraná, bem como as principais autoridades do setor produtivo, precisam se unir e ir a Brasília cobrar a inclusão da Ferroeste no plano.
Diante da característica do programa anunciado nesta semana, que nada mais é do que um retoque ao plano de infraestrutura nacional anunciado em 2012, a exclusão do novo traçado da ferrovia trouxe surpresas no governo do Estado e na própria Ferroeste. Como a proposta é de concessões e de parcerias, a extensão ferroviária deveria ter sido contemplada. No programa anterior, o trecho de Maracaju ao litoral paranaense estava priorizado. Apenas o estudo básico foi elaborado, em 2013. Depois disso nada mais ocorreu. A licitação deveria ter sido feita no ano passado.
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