O Paraná é o segundo estado brasileiro com a menor desigualdade, aponta o Ipea que cruzou informações do IBGE. O Gini, índice que mede a desigualdade, do Paraná passou de 0,500 em 2008 para 0,469 em 2013 – o menor nível da história do estado. A média brasileira em 2013 ficou em 0,527. O índice varia entre 0 e 1, sendo que quanto mais próximo de zero, menor a desigualdade.
No levantamento, o Paraná está atrás apenas de Santa Catarina. No comparativo de cinco anos (2008 a 2013), o Estado subiu três posições no ranking, superando o Amapá, Pará e São Paulo. “Os avanços registrados no Paraná mostram que estamos no caminho certo. Continuaremos investindo cada vez mais para reduzir o percentual da população em condição de extrema pobreza”, avalia o governador Beto Richa.
Richa atribui o bom desempenho, além de fatores econômicos, aos programas estaduais de assistência social e distribuição de renda. O principal deles é o programa Família Paranaense, que, em parceria com os municípios, atende as famílias com maior índice de vulnerabilidade social. “Uma grande política pública que tem mudado a vida das pessoas”, disse o governador.
O programa oferece assistência familiar com serviços em 17 áreas, principalmente de saúde, habitação, educação, trabalho e assistência social. Desde 2012, o Paraná retirou 92 mil famílias da extrema pobreza.
“Trabalhamos para a emancipação de todas as famílias que vivem em situação de vulnerabilidade, oferecendo serviços que envolvem várias áreas”, explica Fernanda Richa, secretária do Trabalho e Desenvolvimento Social.
RENDA – Uma das modalidades do programa é o Renda Família Paranaense, que complementa a renda para famílias em extrema pobreza. Desde que foi implantado, o programa atendeu 153.928 famílias. “A redução da desigualdade no Estado reflete, entre outros fatores, o êxito dos programas de inclusão social, que não segregam os paranaenses”, disse o presidente do Ipardes, Julio Suzuki.
Além de investimentos na área social, a redução da desigualdade é reflexo de melhorias trabalhistas. A remuneração média dos paranaenses em março de 2015 atingiu R$ 1.205,42, representando aumento de 45,9% em relação a dezembro de 2010.
CLASSES SOCIAIS – Os dados mostram que a concentração dos recursos na classe mais rica também reduziu. Em 2013, 10% dos paranaenses mais ricos concentravam 37% da renda estadual, menos que os 39,3% referentes a 2008. Nacionalmente, essa faixa da população ficou com 41,5% da renda.
Já os 10% mais pobres tinham 1,29% da renda total, em 2008. Esse valor aumentou em 2013 para 1,51% – acima da média nacional, que se manteve em 0,96%, sem melhorias nos cinco anos comparados.
As diferenças em termos territoriais e de gênero também estão reduzindo. Em 2013, os trabalhadores das grandes centros urbanos registraram um rendimento médio mensal 62% superior ao dos trabalhadores rurais, enquanto em 2008 percentual era 76%. No mesmo período, a diferença de renda entre homens e mulheres no valor dos rendimentos reduziu de 86% para 77%.
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