por José Pedriali, no O Diário de Maringá
A penca de documentos da Operação Lava-Jato fornecida pela Polícia Federal à Justiça inclui um depósito intrigante na conta do doleiro Alberto Youssef, apontado como o líder de uma rede de lavagem de dinheiro que movimentou nos últimos anos R$ 10 bilhões.
Trata-se de um crédito de R$ 1,2 milhão, efetuado em duas parcelas, por Maria José Arcoleze, de Londrina. As datas não são especificadas no relatório da PF.
Maria José, conhecida por Mazé, aposentou-se há cerca de dois anos pelo Sercomtel, serviço de telefonia controlado pelo município de Londrina e Copel. Sua aposentadoria é de aproximadamente R$ 3 mil. Ela nega ter feito o depósito.
Servidora administrativa, Mazé – que antes passou pela Universidade de Londrina, em função similar – esteve lotada nos últimos anos de atividade na Tesouraria do Sercomtel.
O CPF relacionado pelo doleiro corresponde ao dela. A Receita Federal informa que a situação fiscal de Mazé está em ordem. “Usaram o meu CPF indevidamente”, diz.
A renda e também o patrimônio de Mazé não dão lastro ao depósito: solteira, ela mora em uma casa de madeira antiga próxima ao centro de Londrina, com uma irmã. Tem um telefone fixo em seu nome. Uma casa em conjunto habitacional está no local indicado pelo guia telefônico.
A relação de depósitos que inclui a de Mazé foi publicada – e passou despercebida – na edição da Veja de 9 de abril (pág 61, reprodução acima). O maior volume de depósitos foi feito pela Sanko, fornecedora da Petrobras (R$ 26 milhões), MO Consultoria (R$ 10 milhões) e Investminas Participações (R$ 4,3 milhões).
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