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Gleisi abandona Vargas

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Em entrevista ao repórter Fernando Rodrigues, da Folha de S. Paulo, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) acha que a relação entre o deputado André Vargas (PT-PR) com o doleiro Alberto Youssef “é um envolvimento que não encontra justificativa para ter acontecido e acaba impactando no PT e na política”.

A ex-ministra da Casa Civil afirma que a eventual renúncia de Vargas ao mandato “é uma decisão de foro íntimo”. “Não me cabe fazer julgamentos nem condená-lo nem absolvê-lo”, declarou. Antes de ficar conhecida a relação entre Vargas e Youssef, que está preso, o deputado faria parte da coordenação da campanha de Gleisi ao governo do Paraná. A senadora acha que o colega de partido “tem direito de fazer a sua defesa” e “decidir se vai renunciar ou não”. E se ele preferir ficar no Congresso? “As instituições a que ele está ligado, tanto o PT como a Câmara dos Deputados, têm processos próprios de averiguação.”

Segundo Gleisi, mesmo com a renúncia de Vargas, o impacto político do episódio tende a se arrastar durante toda a campanha no Paraná. “O fato em si foi muito negativo. Não só para o PT, mas para a política brasileira. É mais uma denúncia, é mais uma descrença na política que a gente tem que recuperar. Não sei se o fato de renunciar, de esclarecer, pode recuperar tudo isso”, afirmou.

Veja a íntegra da entrevista sobre o caso Vargas.

O deputado federal André Vargas, do PT do Paraná, faz bem se renunciar ao mandato?
A renúncia é uma decisão de foro íntimo. Cabe ao deputado decidir se renuncia ou não. Não me cabe fazer julgamentos nem condená-lo nem absolvê-lo. Ele tem direito de fazer a sua defesa. Decidir se vai renunciar ou não. Se não for, as instituições a que ele está ligado, tanto o PT como a Câmara dos Deputados, têm processos próprios de averiguação.

A eventual renúncia dele seria positiva para o PT, durante esse processo eleitoral?
O fato em si, o que aconteceu, foi um fato muito negativo. Não só para o PT, mas para a política brasileira. É mais uma denúncia, é mais uma descrença na política que a gente tem que recuperar. Não sei se o fato de renunciar, de esclarecer, pode recuperar tudo isso. Penso que a política brasileira tem que fazer um esforço muito grande para recuperar a sua credibilidade perante à população. É uma pena que a gente esteja passando por isso porque a política é um instrumento de mudança na vida das pessoas, é um instrumento de decisão, de alocação de recursos, de benefício. Nós estamos vivendo um período de muito descrédito, por culpa de situações que os próprios políticos dão causa e também por uma campanha sistemática que atinge a política. Nós, como sociedade, como democracia, vamos ter que repensar a forma de fazer as coisas e de resolver esses problemas.

A sra. fez um juízo já sobre o que aconteceu nesse episódio envolvendo o deputado federal André Vargas?
É difícil fazer um juízo e julgar as pessoas. Penso que o deputado tem que responder pelos seus atos. Todos nós temos que responder pelos nossos atos, seja na vida pública, seja na vida privada.

Ele já admitiu sobre o fato de ter viajado em um jatinho, que foi cedido a ele e à sua família por Alberto Youssef, que é dado como doleiro pela Polícia Federal. Nesse fato específico, que ele admite, qual a gravidade?
Ele tem que responder por isso. Dizer por que fez, em que condições que fez. Está tentando fazer e tem o direito de se defender…

Mas ele já disse.
É… É óbvio que é um fato que impacta. É isso que eu te falei. Quer dizer, é mais uma denúncia, é um envolvimento que não encontra justificativa para ter acontecido e acaba impactando no PT e na política.