O ano que começa deveria ser de apenas uma preocupação para quem pretende disputar as eleições de outubro: vencer. Mas a lista terá de aumentar. Como ganhar, caso a população resolva voltar às ruas durante a Copa do Mundo, assim como no ano passado, para reclamar novamente da tarifa de ônibus, da falta de segurança e dos baixos salários pagos aos professores dos ensinos médio e fundamental?
Segundo o Estado de Minas, a movimentação para tentar evitar que os protestos ocorram já começou, mas os resultados só poderão ser medidos em meio às partidas do Mundial, em junho, com impacto inevitável nas urnas meses depois.
Ao comentar a possibilidade de novas manifestações em junho deste ano, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou que os protestos são legítimos, naturais e demonstram que a sociedade quer participar das decisões tomadas pelos governos. O ministro afirmou ainda ser preciso manter o diálogo com a população. A maior preocupação do Palácio do Planalto, conforme Carvalho, é em relação à radicalização dos movimentos, o que acaba gerando a violência.
O Congresso Nacional também se sentiu pressionado pelas manifestações do ano passado e tentou dar respostas. Na Câmara dos Deputados foi aprovada destinação dos royalties do petróleo explorado na camada do pré-sal para a educação e para a saúde. No Senado, um projeto transformou a corrupção em crime hediondo.
Os partidos também se movimentaram para buscar a aprovação da população. O PT tentou oxigenar os quadros: as direções estaduais e nacional da legenda querem que o número de mulheres atinja 50% do total de filiados, além de ter fixado o montante de 20% para jovens – que compareceram em massa às manifestações – e o mesmo percentual para negros.
O PMDB e o PSDB tiveram reações semelhantes à do PT. Ambos adotaram como estratégia atrair “caras novas”. Os tucanos aumentaram a interlocução com a sociedade por meio das redes sociais e buscaram até celebridades, como o treinador de vôlei Bernardinho e o jogador Giovane. O PSB contratou pesquisas para indicar quais reivindicações poderão surgir em junho para tentar uma resposta antecipada, uma espécie de vacina para reduzir impactos nas eleições.
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