da Folha de S.Paulo
A visita de parlamentares e integrantes da Comissão da Verdade ontem a um dos principais centros da repressão durante a ditadura militar no Rio teve empurrões, bate-boca e até acusação de agressões.
O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) e o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) chegaram a empurrar um ao outro na frente do 1º Batalhão da Polícia do Exército, onde funcionou o DOI-Codi.
O grupo que organizou a visita quer propor aos militares que o local passe a ser um centro de memória. A comitiva entregou ontem um documento em que pede a lista com os nomes de todos os presos na unidade durante a ditadura militar (1964-1985).
Os primeiros atritos de ontem começaram pouco antes da visita, diante do quartel, na Tijuca (zona norte do Rio), quando manifestantes que apoiam o trabalho da comissão protestavam contra a presença de Bolsonaro, que não fazia parte da comitiva.
Enquanto o deputado falava aos jornalistas que estava ali para fiscalizar os trabalhos da comissão, era chamado pelos manifestantes de “ditador” e de “fascista”.
“Eles querem esculhambar as Forças Armadas e graças a Deus os militares salvaram o país”, disse o deputado.
Diante das declarações do parlamentar, os membros da comitiva foram contra a sua presença na visita.
Na hora da entrada às instalações do batalhão, houve discussão e confronto entre os parlamentares.
O senador Randolfe Rodrigues disse ter levado um soco do deputado. “Deve ter aprendido em algum centro de tortura. O Bolsonaro é um Brasil que a gente vai virar a página”, afirmou.
Bolsonaro negou a agressão. “Naquela confusão, posso ter dado um empurrão, nada além”, disse. Após a confusão, o deputado entrou com os integrantes da comitiva, mas ficou distante do grupo. A imprensa não pôde acompanhar a visita.
A entrada no quartel vinha sendo negociada há dois meses. Depois de negativas, os parlamentares conseguiram ser convidados pelo Exército.
Got a Questions?
Find us on Socials or Contact us and we’ll get back to you as soon as possible.