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Crise: desemprego entre jovens é de 14%

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Da Miriam Leitão

A herança mais perversa da crise de 2008 é mesmo o alto desemprego entre os jovens, como diz matéria do GLOBO de hoje. No mundo, 30 milhões de vagas foram perdidas. Na Europa, em alguns lugares, a taxa passa de 60%, como é o caso da Grécia. Na Espanha, o desemprego juvenil é de 56%; em Portugal, 42%; na Itália, 38%. De cada quatro jovens franceses, um não consegue emprego.

Está se formando uma geração perdida na Europa. Apesar de terem estudado bastante e sido muito bem preparado pelas suas escolas, esses jovens não conseguem trabalho; vivem de bico, de algum seguro do governo ou na casa dos pais.

Estão entrando no desalento. O jovem renova, traz novo impulso; um país não pode perder isso. É frustrante quando percebem que a vida deles é pior do que a dos seus pais. Na quinta resposta negativa que recebem, quando tentam entrar no mercado, começam a achar que o problema está com eles, quando, na verdade, não está.

A crise do emprego leva ao debate sobre a austeridade. Há economistas que dizem que os governos têm que gastar mais, para estimular a economia e criar emprego. Por outro lado, como esses países se endividaram muito para salvar os bancos, a dívida pública subiu muito, e os governos não podem continuar gastando. Criou-se uma armadilha e quem paga o preço é o jovem.
Houve muito erro na condução dessa crise. Um deles foi a maneira como os bancos foram salvos sem que seus administradores enfrentassem qualquer tipo de processo, de punição. Eles continuam lá.

Nessa matéria de hoje do GLOBO, a jornalista Deborah Berlinck conta a história do prefeito de um vilarejo espanhol, que roubava supermercados para distribuir comida às vítimas da crise, segundo ele. À Reuters, ele disse assim: “Dizem que sou perigoso. E os banqueiros que estão soltos, apesar da fraude. Isso não é perigoso?”. É triste ver quem é que paga o preço da crise.

A taxa de desemprego entre os jovens é alta em todo o mundo; no Brasil, apesar de ter caído muito, ainda está em 14%, o triplo da taxa média. Na Europa, a situação, evidentemente, é muito pior.