A ministra Gleisi Hoffmann tem se esforçado para posar de vítima no episódio que resultou na prisão de seu assessor especial, Eduardo Gaievski, preso por estupro de vulnerável. Pelo menos 17 meninas de menos de 14 anos teriam sido estupradas por ele (algumas com o uso de violência), um número não determinado de garotas de 14 a 18 (pelo menos 5) teriam sido levadas a fazer sexo com o ex-prefeito de Realeza por dinheiro ou emprego na prefeitura. Apesar de lançar mão desse modus operandi, Gaievski não se acanhou de escrever um livro intitulado “Combate a Corrupção”, muito festejado pelo PT do Paraná.
Gleisi Hoffmann levou esse cidadão para Brasília para trabalhar a poucos metros do gabinete da presidente Dilma Rousseff e lhe entregou tarefas como políticas de combate ao crack e construção de creches. Reclama que adversários impiedosos estariam apontando sua falta de critério p ara escolher auxiliares ou, pior, que ciente da ficha do assessor, que poderia se acessada até pela internet, achou que não poderia abrir mão de seus serviços como coordenador de sua campanha para o governo do Paraná em 2014.
Para elidir qualquer responsabilidade sobre a contratação de um pedófilo para exercer funções ligadas a menores na Casa Civil, Gleisi insiste que o auxiliar foi minuciosamente investigado pela Abin e pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional), mas esses dois serviços, com todos os seus agentes secretos, não contavam com a astúcia de Gaievski que, vejam só, apareceu com uma certidão negativa datada do dia 21 de janeiro, quando o delito de “exploração sexual” só apareceu em seu já bem nutrido prontuário no dia 23 de janeiro, justamente no dia em que ele foi nomeado para assessorar Gleisi.
É nessa firula técnica, altamente suspeita e frágil, que Gleisi se apóia para garantir que não acobertou o auxiliar depravado nem colocou o interesse político pessoal acima dos limites éticos e mesmo da decência mais elementar. A nota de Glesi ficaria bem mais crível, e humana, se ela tivesse demonstrado alguma preocupação e solidariedade com as vítimas de Gaievski e com os familiares desas vítimas. Alguns deles vivenciando até hoje sequelas dos abusos de que foram vítimas. Para eles, Gleisi não dedica uma única palavra de apoio.