por Rogério Galindo, no Caixa Zero
Nos últimos dois dias, a cidade teve um novo caso de morador de rua que virou notícia. Antes tinha sido o mendigo galã, ou seja lá como o chamem. Agora, foi o sujeito encontrado no lixo (se não estou enganado, foi encontrado pela reportagem da BandNews).
Ele dormia, pelo jeito com frequência, no contêiner de lixo ao lado do Tribunal de Contas. Do ladinho dos prédios do governo do estado (os palácios!). E do lado também do prédio da prefeitura, que tem a obrigação de atender aos moradores de rua.
A notícia foi veiculada na quarta. Na quinta, a prefeitura, via redes sociais, anunciou a “boa notícia”. O indivíduo, que era mostrado em foto do tipo publicitária, havia aceitado atendimento, “estava calmo” e pensava em voltar “ao mercado de trabalho”.
A primeira-dama, Márcia Fruet, beneficiada pelo marido com o título de presidente da FAS, disse que “sempre que quiser” ele poderá dormir nos albergues públicos da prefeitura. Ufa! Estranho seria se ele dissesse o contrário.
Mas a “boa notícia” da prefeitura precisa ser relativizada. Afinal, o sujeito deve ter tido um motivo para preferir o lixo aos albergues públicos, mesmo em noites frias como as que vivemos em Curitiba. Uma reportagem da Gazeta do Povo de 2009 (mas que pode continuar atual) talvez traga as respostas.
Nela, a repórter Pollianna Milan mostrava o estado lamentável dos abrigos e perguntava aos moradores de rua porque eles se recusavam a ser levados pela FAS. Seria interessante ler novamente, quatro anos depois.
Vejamos daqui a quatro anos, ao fim da atual gestão, o que os moradores de rua continuarão a preferir: o lixo ou o abrigo oferecido pelo poder público.
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