O ex-ditador argentino Jorge Rafael Videla, detido e condenado duas vezes a prisão perpétua por violações dos direitos humanos cometidas durante seu governo (1976-1983), convocou – em entrevista à revista espanhola “Cambio 16” – a seus camaradas “entre 58 e 68 anos, que ainda estejam em condições físicas de combater” que se armem “novamente em defesa das instituições básicas da República” e para lutar contra a presidente “Cristina e seus aliados”.
Na entrevista, Videla, de 87 anos e atualmente detido na prisão de Campo de Maio, na Grande Buenos Aires, voltou a defender a “honestidade” de sua atuação e a “prudência” de suas decisões, justificando, mais uma vez, as atrocidades cometidas durante sua Presidência. O ex-ditador acusou o governo Kirchner de “dar um uso político aos desaparecidos”. Para Videla, o governo atual “está afundando a Pátria no abismo anacrônico do marximsmo… fazendo as instituições de reféns e desacreditando princípios e valores que lhe deram origem e razão de ser”.
Esta não é a primeira entrevista concedida por Videla na prisão, mas sim a primeira vez que o ex-ditador sugere um levantamento militar contra o governo da presidente Cristina Kirchner. O ex-ditador foi julgado em condenado no processo sobre a implementação de um Plano Sistemático de Roubo de Bebês, filhos de presos políticos, e em outros casos sobre crimes da ditadura. Atualmente, Videla está sendo julgado por sua participação na chamada Operação Condor, o plano de ação conjunta entre as ditaduras do Cone Sul nas décadas de 70 e 80.
P O R C O !!!